Aliança pelo Brasil terá número 38 nas urnas e pode só disputar em 2022

Em sua live semanal o presidente falou sobre o novo partido — Foto: © REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou em sua live semanal nas redes sociais nesta quinta-feira (21) que, caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não autorize a coleta eletrônica de assinaturas para a criação de seu novo partido, a Aliança pelo Brasil só deve estar apta a concorrer nas eleições de 2022.

“Por ocasião das eleições de 2020, acredito que podemos ter o partido funcionando desde que a assinatura seja pela forma eletrônica, senão só poderemos estar em condições de disputar as eleições de 2022”, afirmou o presidente.

Ele disse que caso o procedimento seja feito pela via presencial o partido deve demorar cerca de um ano ou um ano e meio para ficar pronto, o que os tiraria da eleição de 2020.

“Se for eletrônica eu tenho certeza que com o apoio de vocês em um mês, no máximo, a gente consegue as 500 mil assinaturas. Caso não seja possível, a gente vai colher assinatura física e aí demora mais e não vai ficar pronto o partido tão rápido, um ano, um ano e meio”, afirmou.

Bolsonaro também disse que o número eleitoral da Aliança pelo Brasil será o 38. “Tínhamos poucas opções e acho que o 38 é o mais fácil de gravar”, afirmou.

A Aliança pelo Brasil foi lançada nesta quinta em convenção em Brasília, em meio à incerteza sobre a sua viabilidade e com forte apelo ao discurso de cunho religioso e à defesa do porte de armas.

O armamento da população é um dos nortes da sigla – que recebeu uma obra com seu nome e símbolo feita de cartuchos de bala. O revólver de calibre de 38 é um dos mais populares do país, mas, em sua live, Bolsonaro não fez associação da escolha do número do partido com isso.

Desta vez, o presidente fez a transmissão em rede social sozinho, acompanhado apenas do intérprete de libras. Ele afirmou ainda que serão criadas em breve as executivas estaduais e que o critério não será “quem chegou na frente”.

“Claro que nós temos muitos deputados, senadores e vereadores que querem vir com a gente, e vamos considerar isso”, disse, “mas queremos uma executiva estadual que seja profissional, para o que está no estatuto seja cumprido”.

Ainda em busca de brechas na Justiça Eleitoral para chegar às próximas eleições com recursos dos fundos partidário e eleitoral e com tempo de rádio e TV, o novo partido será comandado pelo clã Bolsonaro.

Além da presidência, ocupada por Jair Bolsonaro, seu primogênito, senador Flávio Bolsonaro, é o primeiro vice-presidente. Outro filho do chefe do Executivo, Jair Renan é membro da Aliança.

Excludente de ilicitude

Bolsonaro abordou também a retomada da proposta do excludente de ilicitude num projeto de lei enviado ao Congresso. O projeto prevê a possibilidade de redução ou mesmo isenção da pena a agentes de segurança que causarem morte para casos ocorridos durante as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). De acordo com o presidente, o excludente de ilicitude é uma forma de prestigiar membros das Forças Armadas e de forças policiais.

Bolsa Família

O presidente também garantiu que a promessa de pagar o 13º para beneficiários do programa Bolsa Família está mantida. “Nós estamos fazendo auditorias e pente fino na questão do Bolsa Família”, afirmou. “O recurso para pagar o Bolsa Família foi do combate a fraudes. O dinheiro existe.” O comentário do presidente foi em resposta a uma reportagem da Folha de S.Paulo que afirma haver um rombo de R$ 759 milhões no orçamento do programa.

Descontingenciamento

Outro assunto abordado por Bolsonaro foi o descontingenciamento das pastas. O presidente afirmou que “a arrecadação superou aquilo que estava previsto e todos os ministérios foram descontingenciados.” “Todos os ministros vão poder colocar em prática o orçamento previsto por ocasião do ano passado”, disse Bolsonaro.