CPI do BNDES adia votação de parecer que pede indiciamento de Lula e Dilma

Fraudes em contratos do BNDES teriam sido realizadas durante os governos do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff — Foto Sergio Lima/Poder 360.

Por Poder 360 — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou remarcar a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que iria votar 1 parecer que pede o indiciamento dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

A análise do parecer, de autoria do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), estava marcada para esta 3ª feira (15.out.2019), mas a reunião foi suspensa devido ao início da Ordem do Dia no plenário. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), no entanto, contestou a suspensão e disse ser necessário reconvocar a reunião, já que a sessão foi interrompida quando ainda não havia quórum insuficiente. “A reunião estava em meio aà votação nominal em que o quórum não foi alcançado. Não poderia ser suspensa, mas encerrada por falta de quórum”, disse Pimenta.

Maia justificou sua decisão de acatar o pedido afirmando que todas as comissões que estavam funcionando quando foi aberta a Ordem do Dia precisam ser encerradas. “Isso é assim desde que eu me entendo por deputado. Todas as comissões, não apenas essa, precisam convocar novas reuniões”.

OUTROS PEDIDOS DE INDICIAMENTO

O relatório do deputado Altineu Côrtes aponta que os saldos das contas de Lula e Dilma, em 2014, somavam US$ 150 milhões. “Foram formados pelos ajustes sucessivos de propina do suposto esquema BNDES e de 1 outro suposto esquema similar, que funcionou no âmbito dos fundos Petros e Funcef”, diz o texto. Eis a íntegra do relatório final do congressista.

O texto também sugere o indiciamento dos ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci por formação de quadrilha, corrupção passiva, gestão fraudulenta de instituição financeira, prevaricação financeira.

O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho (2007-2016) também está na lista, acusado de formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e prevaricação financeira. Assim como o ex-vice-presidente de investimentos da Braskem e atual diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone, por gestão fraudulenta.

Entre os nomes, também estão Emílio e Marcelo Odebrecht, José Batista Sobrinho e os irmão Joesley, Wesley e José Batista Júnior. Eles foram citados pela prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, gestão fraudulenta de instituição financeira e prevaricação financeira.