Por G1 RN — O veleiro foi a casa, e o mar, o quintal de uma família espanhola por 41 dias. A viagem começou no Canadá, passou pela Espanha e parou em Natal, por um motivo estratégico: o Rio Grande do Norte é o ponto brasileiro mais próximo da Europa.
O capitão e seus quatro filhos atravessaram oceanos com mais três amigos. O barco não tem confortos. Durante a noite, apenas metade da equipe podia dormir, em turnos de três horas, enquanto a outra precisava estar acordada e trabalhando. Banho, só com a chuva. Sem contar com dessalinizador, a tripulação usa água potável disponível apenas para beber.
“É uma escola de vida, porque a gente divide um espaço pequeno, de 25 metros quadrados, com oito pessoas, por 20 dias. Não dá para caminhar. Quando chegamos a Natal, queríamos fazer duas coisas: andar na praia e ficar secos, porque é muita umidade nas mãos e pés. Caminhar é um presente”, diz o segundo capitão Gregorie Bontox.
Para o pai, a aventura é difícil, mas uma ótima formação pessoal. “Quem pode fazer coisas difíceis aqui, depois, na vida normal, tudo fica mais fácil”, comenta.
Um dos filhos, o estudante Juan Pablo Bontoux, considera que é preciso se acostumar com toda a situação, aceitar as intempéries e buscar fazer o melhor. “Temos que conviver com os outros, ajudar o grupo a fazer o melhor que puder”, pondera.
O grupo agora volta à Espanha, de avião, e a embarcação fica na capital potiguar até novembro, quando a viagem será continuada. Dessa vez, o destino será o Caribe.
