Homem que estava na lista de desaparecidos de Brumadinho não estava no local no dia da tragédia

A Polícia Civil solicitou até o momento a retirada de seis nomes da lista de desaparecidos em Brumadinho — Foto: Fabiana Almeida/TV Globo

A Polícia Civil confirmou nesta quinta-feira (28) que um dos nomes retirados da lista de desaparecidos da tragédia em Brumadinho não estava presente no dia do fato. Segundo a corporação, João Carlos de Oliveira era funcionário terceirizado da Vale e foi adicionado de forma errônea por um parente distante.

Ele sequer estaria ciente de que estava nessa lista. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, o caso não é considerado fraude, uma vez que ele não tentou obter vantagem econômica do fato.

A Polícia Civil solicitou até o momento a retirada de seis nomes da lista de desaparecidos em Brumadinho. Os pedidos tiveram como fundamento investigações realizadas que demonstraram que as pessoas que estavam na lista foram incluídas de forma errônea por parentes ou terceiros e há confirmação de que a pessoa incluída na lista está viva e foi localizada posteriormente.

Outros casos foram resultado de inclusão proposital por suspeitos de estelionato que haviam cadastrado nomes de pessoas que não estavam na região a fim de conseguir vantagem econômica com as indenizações pagas.

Golpes

Desde a tragédia em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, a Polícia Civil prendeu 11 pessoas por estelionato. Outros sete inquéritos em andamento para investigar golpes, sendo três casos consumados e quatro tentados. Os golpes são diversos: vão desde se passar por morador até inventar que parentes, inclusive já mortos, estavam desaparecidos.

As últimas duas últimas ocorrências de golpe foram registradas em março. No dia 11, um homem de 46 anos, natural da Bahia, foi preso por relatar que uma filha estaria desaparecida entre as vítimas e que também teria perdido mais de 11 mil animais. Após apuração, foi confirmado que a filha localizada em Ilhéus sequer o conhecia.

No dia 18, uma mulher de 58 anos de Brasília foi presa após afirmar ter uma casa na região atingida, mas nunca morou, nem conhecia o local. Ela chegou a receber dinheiro da Vale pelo prejuízo.

De acordo com a Delegada Ana Paula Gontijo, além do falso desaparecido, todos os envolvidos no estelionato, como pessoas que fornecem documentos falsos e dão declarações inverídicas, podem responder criminalmente.