Fátima Bezerra chama Palocci de “canalha” por acusações contra Lula e Dilma

Fátima Bezerra defendeu Vaccari: "ele está preso só que foi tesoureiro do PT" (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A senadora Fátima Bezerra, do PT, não está nada satisfeita com a decisão do ex-ministro Antônio Palocci, ex-correligionário dela, de assinar um acordo de delação premiada e delatar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos petistas. Tanto é que, para Fátima, essa postura de Palocci o torna, claramente, um “canalha”.

“É um canalha. Canalha. Que para se livrar da prisão, está inventando um monte de mentiras e calúnias”, afirmou a senadora Fátima Bezerra em entrevista a 96fm, repetindo, em seguida, outras três vezes a palavra “canalha” para se referir ao ex-ministro.

Segundo Fátima, Palocci nunca foi muito próximo a ela, mesmo os dois sendo companheiros de partidos. “Tinha um pensamento muito conservador”, avaliou a petista ao falar do ex-ministro da Fazenda e do Gabinete Civil da gestão Lula e que chegou a ser cotado pelo partido para ser candidato a presidência da República.

Preso preventivamente em Curitiba desde setembro de 2016, Palocci tentava fechar acordo com o Ministério Público desde outubro, mas nunca teve sucesso. A defesa resolveu, então, negociar com a Polícia Federal e apresentou novas provas, que já teriam sido vistas e aceitas pela PF para fechar uma delação. E, apesar de ainda não ter sido detalhada, a delação premiada deve citar os ex-presidentes petistas.

Por outro lado, a senadora potiguar do PT defende o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que ainda está preso acusado de envolvimento na Operação Lava Jato e já foi até condenado algumas vezes pelas acusações. “Vamos deixar a hipocrisia de lado, né? Vaccari exercia uma função de tesoureiro, né? Mas está preso porque foi tesoureiro do PT. Se fosse de outro, não estaria preso. Não foi encontrado nenhum vestígio de riqueza, de nada”, avaliou ela.

Denúncia

Por falar em Palocci, a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou na segunda-feira, 30, nova denúncia por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro contra o ex-ministro e, também, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT; Paulo Bernardo; o empresário Marcelo Odebrecht; e Leones Dall’agnol, ex-chefe de gabinete da Casa Civil da Presidência.

A denúncia foi encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Se o ministro aceitar a denúncia, os seis passarão a responder a processo no STF na condição de réus.