‘Excesso de Alves’ causa rejeição a chapa Carlos Eduardo, Garibaldi e Agripino

Garibaldi, que já foi um grande puxador de votos, não consegue alavancar campanha do primo, Carlos Eduardo (Foto: José Aldenir / Agora Imagens)

Do portal Agora RN – O que, em outros tempos, poderia ser um sinônimo de força, agora pode estar sendo o ponto fraco da chapa que deverá ser composta pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), e os senadores Garibaldi Filho (MDB) e José Agripino Maia (Democratas): o excesso de integrantes da mesma família, a “Alves”. Pelo menos, essa foi a análise feita pelos cientistas políticos Daniel Menezes e Bruno Oliveira.

“Penso que, dado o momento de rejeição da política, os três candidatos, sendo dois da mesma família, podem ter suas rejeições infladas quando unificados”, analisou o Daniel Menezes, que também é diretor do Instituto Seta e blogueiro. “É um palanque da política tradicional, porque é um palanque oligárquico, com Alves para o Governo, Alves para o Senado e Maia para o Senado. E isso está realmente pesado. A população está vendo isso de uma maneira mais desconfiada”, acrescentou cientista político Bruno Oliveira.

Para os dois especialistas, inclusive, além da concentração das oligarquias, a rejeição também é consequência do momento atual da política, com várias denúncias de corrupção envolvendo nomes (e partidos) tradicionais do País. “Agripino e Garibaldi terão de passar a limpo oito anos de mandato, votando junto com Temer, que é altamente rejeitado. Eles acabarão por capturar a rejeição também a rejeição de Temer”, acrescentou Menezes.

Segundo Bruno Oliveira, inclusive, essa rejeição pode ser o motivo pelo qual o prefeito Carlos Eduardo Alves ainda não confirmou a sua renúncia a chefia do Executivo para disputar o Governo. “Hoje, particularmente, tenho certa dúvida se Carlos Eduardo vai renunciar para isso. Muito embora Carlos Eduardo tenha sido eleito com uma maioria esmagadora, ele encontra alguma dificuldade de decolar, muito embora ele apareça em segundo lugar nas pesquisas, mas talvez não seja ainda o percentual que ele gostaria de estar agora para tomar a decisão sobre renunciar ou não”, avaliou.

Oliveira acrescentou ainda que essa rejeição tem atingindo até o senador Garibaldi Alves filho, quer “outrora era um grande puxador de votos”. Ele também passa por dificuldade por conta dessas questões nacionais. O PMDB, o Governo e isso acaba afetando ele. Talvez ele nunca tenha sido tão afetado. Nem mesmo quando ele perdeu para Wilma de Faria (2006), tanto que podia ele foi reeleito para o Senado com uma maioria muito grande.

A rejeição

Em pesquisa divulgada pelo Instituto Seta (ouvindo 1.100 eleitores entre 10 e 13 de março, com margem de erro de 3,5% e intervalo de confiança de 95%), a possível composição de Carlos Eduardo, com Agripino e Garibaldi foi avaliada como “péssima” por 40,7% da população do Rio Grande do Norte. Em se tratando de intenção de votos, 70,4% afirmaram que não iriam votar na chapa, contra 17,3% que disseram que votariam. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o número RN-07296/2018.