MP deverá intervir na decisão da Prefeitura de Natal em retirar camelôs do Alecrim

O comércio do Alecrim arrecada cerca de 44% do ICMS que é gerado em Natal - Reprodução
Não será sem polêmica que o prefeito Carlos Eduardo irá despejar os 350 camelôs que atuam no Alecrim, principal área comercial de Natal. Segundo fontes do meio jurídico, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deverá intervir na iniciativa do Executivo natalense, com o objetivo de apurar os efeitos colaterais da medida, e verificar se a mesma não está sendo executada tão somente com o foco voltado para atender aos interesses de empreendimento privado. A Prefeitura do Natal pretende nos próximos meses reordenar o bairro por meio de uma parceria público-privada com o grupo paulista 25.

Esse novo reordenamento da área irá impactar na retirada de 350 vendedores ambulantes que serão despejados dos seus atuais pontos de trabalho. Os novos espaços comercias que serão disponíveis para venda no local serão apenas em áreas privadas, com o custo médio de R$ 17 mil, avaliado por muitos comerciantes da região como sendo inviável para a continuidade de suas atividades comerciais.

Na última semana a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR), convocou uma reunião com parte do vendedores informais do bairro para fazer um cadastramento dos comerciantes, bem como dos produtos que eles comercializam para futura relocalização, mas os ambulantes não compareceram a reunião. O grupo questiona a necessidade da reunião acontecer com todos os vendedores que serão impactados com as mudanças.

É previsto para o mês de dezembro o inicio da operação do microshopping PONTOUM, primeiro empreendimento do grupo paulista na região, que contará com 270 espaços comerciais. Os empresários ainda pretendem erguer no Alecrim um shopping com 280 lojas.

Segundos dados da Associação Comercial do Bairro do Alecrim (AEBA) o bairro arrecada cerca de 44% do ICMS que é gerado em Natal. O Alecrim conta com 5 mil estabelecimentos comerciais em funcionamento, figurando como o maior gerador de emprego e renda do Rio Grande do Norte.