PF faz apreensão em casa de vice da CBF e prende presidente de federação

Gustavo Feijó, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) (Foto: Caio Lorena/GloboEsporte.com)

A Polícia Federal fez operação nesta sexta-feira (9) em Alagoas para investigar suposto uso de Caixa 2 na campanha do vice-presidente da CBF Gustavo Feijó à prefeitura de Boca da Mata. Durante a ação, seu filho, Felipe Feijó, que é presidente da Federação Alagoana de Futebol, foi preso por porte ilegal de arma – posteriormente liberado mediante à fiança. A informação é da assessoria da Polícia Federal.

A investigação em relação ao Caixa 2 na campanha de Gustavo Feijó tem origem na CPI do Futebol, comandada pelo senador Romário Farias. Na comissão, foram encontrados e-mails entre Feijó e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, então vice, discutindo contribuições para a campanha do primeiro em 2012.

Não houve nenhuma contribuição oficial da confederação para a campanha de Feijó (PMDB). Toda a investigação de Romário foi entregue ao Ministério Público Federal.

Segundo a Polícia Federal de Alagoas, as investigações tiveram origem em 2012, após elementos colhidos na Operação Durkheim, que se debruçou sobre um esquema de venda de informações sigilosas, com base em São Paulo. Na época, um dos investigados foi Marco Polo Del Nero, então ex-presidente da CBF. O cartola teve um computador apreendido na operação, e a evidência da conexão com a campanha de Feijó foi registrada.

“Esse dinheiro teria origem da parte da CBF, que teria repassado, de acordo com as primeiras evidências levantadas, R$ 600 mil para a campanha eleitoral do prefeito do Boca da Mata”, afirmou o superintendente da PF em Alagoas, delegado Bernardo Gonçalves.

Durante a coletiva de imprensa desta sexta-feira, o superintendente da PF alagoana afirmou que será instaurado um inquérito policial para investigação de crime de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, a campanha de Feijó à prefeitura de Boca da Mata teria custado R$ 2 milhões, mas apenas R$ 105 mil foram declarados.

“É natural. Os policiais estão cumprindo com seu dever. Eles estão dando cumprimento a mandados oriundos de denúncias feitas pelo Romário na CPI do Futebol”, se pronunciou Gustavo Feijó em entrevista ao site “TNH1”.

Na manhã desta sexta, em Maceió, houve busca e apreensão em imóveis de Gustavo Feijó e na federação alagoana para buscar de mídia eletrônica e documentos. Durante a operação, foi encontrada uma arma de Felipe Feijó, que não tinha porte (calibre 380, com munições). Por isso, o dirigente foi detido e liberado após prestar depoimento.