Sobrevivente de batida que matou 3 primos relata pedido de Uber

Acidente na Avenida Presidente Vargas deixou três mortos (Foto: Reprodução/TV Globo)

G1 Rio – Os três jovens que morreram após se acidentarem na madrugada de domingo (23) na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, foram velados e enterrados nesta segunda-feira (24).

Segundo Fábio Aragão, irmão de Fabrício Aragão, único sobrevivente do acidente, os parentes tentaram pedir um carro por um aplicativo para volta da despedida de solteiro na Lapa. Com dificuldades para pedir, os jovens teriam decidido arriscar voltar no carro de um deles.

“Meu irmão me disse no hospital que pediram um Uber, mas a tela ficou presa na mensagem ‘recalculando rota’. Depois de insistirem muito, decidiram pegar o carro do Leandro, que ficava guardado em uma garagem na Lapa. A questão é que o Leandro era muito novo e tinha pouca experiência com direção. Não devia estar preparado para as condições de trânsito que encontrou na Presidente Vargas. A pista estava muito molhada”, disse Fábio.

Gustavo Aragão Mesquita, de 28 anos, Fernando Aragão Garcia, de 29, e Leandro Aragão Garcia, de 24, morreram pouco depois das 3h de domingo. Eles voltavam da despedida de solteiro de Gustavo. “Estávamos ansiosos pelo casamento. Todos estavam muito felizes. Não dá para descrever a tristeza da nossa família”, lamentou Fábio. Gustavo era formado em química, Fernando, em estatística e Leandro trabalhava como manobrista em um condomínio.

Os três e Fabrício, que sobreviveu, haviam se encontrado na Lapa. Imagem publicada no Facebook de uma das vítimas mostra os quatro com com copos de bebida, que seria alcoólica. Fábio, no entanto, afirma que Leandro, que estava dirigindo, não bebeu.

“Sempre que saíam, eles faziam um rodízio para ver quem ficaria sem beber e voltaria dirigindo. Naquela noite foi o Leandro”, afirmou Fábio.

O veículo em que eles estavam perdeu o controle após bater em outro carro e atingiu a escada de uma passarela por volta das 3h na pista sentido Zona Norte, na altura do sambódromo.

“Meu irmão só sobreviveu porque estava com o cinto de segurança afivelado. O air bag também ajudou a conter o impacto. Mesmo assim, ele ainda fraturou um dos braços e também uma das vértebras da coluna”, relatou Fábio.

Após o acidente, policiais civis da 6ª DP (Cidade Nova) realizaram perícia e ouviram testemunhas. Os corpos de Fernando, Gustavo e Leandro foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) para necropsia e liberados durante a noite.