Pré-candidata ao governo diz que Maias, Alves, Farias, Rosados e PT arruinaram o RN

Ex-governadores José Agripino Maia, Garibaldi Alves Filho e Rosalba Ciarlini, além dos ex-presidentes Lula e Dilma - Imagens: Mariana Di Pietro (Agripino), Canindé Soares (Rosalba) e José Aldenir (demais)
Do Portal Agora RN – Ex-agente do Sistema Penitenciário do Rio Grande do Norte, casada com um delegado de Polícia Civil e servidora do Poder Judiciário, a advogada e contabilista Clorisa Linhares, que exerce atualmente um mandato de vereadora no município de Grossos, na região da Costa Branca do RN, atribuiu à “irresponsabilidade dos últimos governantes” o baixo desempenho da indústria potiguar constatado em levantamento divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE).
“É lamentável ver que um estado tão rico quanto o nosso, com tantas potencialidades na agricultura, no turismo ou mesmo na extração de minérios, não tenha feito a devida exploração. Eu atribuo isso à falta de políticas de desenvolvimento adequadas, já que o restante do país se desenvolveu”, frisa Clorisa.
Segundo a vereadora, a responsabilidade pelos baixos índices é dos políticos que governaram o Rio Grande do Norte nas últimas décadas, notadamente os representantes de famílias tradicionais do estado, além dos governos do PT (Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff). “Isso parte da irresponsabilidade dos governantes – Maia, Alves, Faria, Rosado… – e, inclusive, este foi o período do governo do PT, que poderia ter ajudado mais, de alguma forma, o nosso estado. O que a gente percebe é que as políticas de desenvolvimento não existiram”, reclama a advogada e contabilista.
Clorisa destaca que políticas de desenvolvimento como incentivos de vários tipos poderiam ter sido concedidos pela gestão pública para fomentar investimentos no estado no período abordado no estudo do IBGE. “Em alguns estados, os incentivos são ótimos, dá para atrair empresas. Aqui, a gente não vê uma política de incentivo no segmento industrial – nem para trazer os de fora e muito menos para incentivar os que estão aqui dentro”, pontua.
Ao contrário dessa política, afirma a vereadora, incentivos foram concedidos pelo governo federal (que, à época do estudo, era controlado pelos petistas Lula e Dilma) para a importação de produtos estrangeiros – o que ela considera um erro estratégico. “A indústria salineira potiguar é a maior do Brasil, mas qual é o estímulo que há? O que tivemos foi o programa do sal chileno, em que isentaram o sal vindo do Chile. Eu não vi algo mais voltado e preocupado com as nossas indústrias”.
Além da política de incentivos, Clorisa defende investimentos do Poder Público em ações que auxiliariam no desenvolvimento geral da indústria, o que segundo ela não vem sendo feito no Rio Grande do Norte. “O sal é um produto muito importante – que tem a segunda maior contribuição para o PIB, mas não houve políticas de incentivo como no escoamento da produção. No RN, nós temos como dobrar ou até triplicar a produção [de sal], mas não temos como escoar. Consequentemente, temos esses resultados [queda no desempenho da indústria]”, explica.

O estudo do IBGE, divulgado no final da semana passada, identificou que, entre 2002 e 2014, a indústria extrativa do Rio Grande do Norte (a que retira produtos da natureza, como o sal e o petróleo) apresentou queda de 2,8%, enquanto a indústria de transformação (a que utiliza matérias naturais ou sintéticas para gerar novos produtos) cresceu a apenas 0,3%. As duas foram as menores taxas de desenvolvimento entre todos os estados nordestinos. No mesmo período, o país cresceu à taxa de 1,8%.

ESTRATÉGIA

Vereadora Clorisa Linhares (PSDC) – Foto: Assessoria de Comunicação

Apesar de apontar as lideranças políticas tradicionais como os responsáveis pelo atual momento econômico potiguar, a vereadora Clorisa Linhares, que vem sendo cotada para ser candidata a governadora do Rio Grande do Norte nas eleições de 2018, considera que a recuperação econômica do estado passa necessariamente pela “união de esforços”. “Precisamos nos unir, unir as forças produtivas do estado num grande movimento de recuperação econômica, com propostas públicas, chamando a responsabilidade dos governantes, seja a nível federal ou estadual”, analisa.