Caso Padre Zé: quem é quem na denúncia do Gaeco que investiga os secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira

Tibério Limeira e Pollyanna Dutra são secretários de pastas do Governo da Paraíba — Foto: Reprodução
Tibério Limeira e Pollyanna Dutra são secretários de pastas do Governo da Paraíba — Foto: ReproduçãoPadre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé — Foto: TV Cabo Branco/ReproduçãoHospital Padre Zé, em João Pessoa — Foto: Hospital Padre Zé/DivulgaçãoProjeto Prato Cheio, do Governo do Estado — Foto: Divulgação/Governo da Paraíba

Por g1 PB — A atual secretária de Desenvolvimento Humano da Paraíba, Pollyanna Dutra, o ex-secretário da pasta, Tibério Limeira, e outras 14 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), no âmbito da Operação Indignus, acusados de pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade, estelionato e apropriação de valores. A denúncia detalha como seria a participação de 16 investigados, com acusações de integrarem organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, e peculato.

Egídio de Carvalho Neto

Jannyne Dantas Miranda e Silva

Amanda Duarte Silva Dantas

Andrea Ribeiro Wanderley

Tibério Limeira

Pollyanna Werton Dutra

Iurikel Souza Marques de Aguiar

Kildenn Tadeu Morais de Lucena

Sebastião Nunes de Lucena

Sebastião Nunes de Lucena Júnior

Mariana Inês de Lucena Mamede

Maria Cassilva da Silva

José Lucena da Silva

João Ferreira de Oliveira Neto

Fillype Augusto Lima Bezerril

João Diógenes de Andrade Holanda

A denúncia, protocolada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), acusa os secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira de participação em esquema de pagamento de propina, classificado como “devoluções” por parte de empresas que forneciam produtos para as instituições e eram contratadas para fornecer itens para o hospital e refeições para o Programa Prato Cheio.

A investigação gira em torno do pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade, estelionato e apropriação de valores doados por particulares e repassados pelos cofres públicos ao Hospital Padre Zé/Instituto São José e à Ação Social Arquidiocesana, sob a gestão de padre Egídio de Carvalho Neto.

Tibério Limeira informou ao g1 que a denúncia “está montada em supostos documentos que não guardam a menor confiança, visto que não passam de manuscritos sem qualquer validade legal, podendo ter sido produzidos por qualquer pessoa e em qualquer tempo, com objetivos de imputar a alguém um ilícito”. A secretária Pollyanna Dutra se pronunciou por meio de sua assessoria informando que ainda não teve acesso à denúncia e que desconhece o conteúdo e os fatos.

Tibério Limeira comandou a Secretaria de Desenvolvimento Humano entre 2021 e 2023, e Pollyanna Dutra é a atual secretária. As investigações apontam que as propinas recebidas do grupo criminoso eram repassados por meio de Amanda Duarte, tesoureira do Hospital Padre Zé, e Jannyne Dantas, diretora administrativa da instituição.

Segundo a denúncia, Tibério Limeira recebeu R$ 50 mil por meio de seu motorista, Marinho Novaes da Rocha Junior, em diversas ocasiões. As provas incluem mensagens de WhatsApp e anotações em cadernos financeiros de Amanda Duarte. Em um dos casos, padre Egídio instruiu Amanda a sacar R$ 50 mil e entregar a Tibério, orientando-a a colocar o dinheiro em uma sacola e amarrar com fita.

Como responsável pela pasta, o MP indica que Tibério firmou os termos de convênios e era o efetivo ordenador de despesas e o responsável final pela análise dos procedimentos de prestação de contas referentes ao Projeto Prato Cheio.

O MP identificou a predominância das empresas vinculadas a Kildenn Tadeu – que atuava fornecendo produtos e serviços – como fornecedoras dos itens ligados ao Prato Cheio, cujo montante total (apenas nos mencionados Termos de Colaboração) alcançou o montante de R$ 18.424.000,00.

Pollyanna Dutra, por sua vez, teria recebido R$ 70 mil de propina, valor que, segundo a denúncia, foi aumentado em relação ao que Tibério recebia devido ao aumento do número de municípios atendidos pelo Projeto Prato Cheio. A propina foi entregue por Jannyne Dantas à mãe de Pollyanna, que era funcionária do Hospital Padre Zé.

A denúncia contra Tibério Limeira e Pollyanna Dutra representa um novo capítulo na Operação Indignus, que já havia investigado a atuação de outros membros da organização criminosa, incluindo padre Egídio de Carvalho Neto, Amanda Duarte, Jannyne Dantas e Kildenn Tadeu Morais de Lucena.

A defesa de padre Egídio de Carvalho disse que ainda não teve acesso aos detalhes da nova denúncia apresentada pelo Gaeco.

Já a defesa de Amanda Duarte e Jannyne Dantas disse que pediu acesso a todos os elementos de prova inseridos no processo. As defesas dos demais denunciados não foram localizadas.