Mães ganham na Justiça direito de registrar filho com dupla maternidade: ‘Foi como receber um presente’

Mães ganham direito de registrar filho com dupla maternidade em Alagoinha, Agreste da Paraíba — Foto: Daniele Guimarães/Arquivo Pessoal
Mães ganham direito de registrar filho com dupla maternidade em Alagoinha, Agreste da Paraíba — Foto: Daniele Guimarães/Arquivo PessoalMamães Daniele Guimarães e Isabelle Costa ganharam o direito de registrar seu filho com dupla maternidade — Foto: Daniele Guimarães/Arquivo Pessoal

Por g1 PB — Duas mulheres da Paraíba ganharam na Justiça o direito de registrar o filho com dupla maternidade. Daniele Guimarães e Isabelle Costa vivem juntas há quatro anos em Alagoinha, Agreste paraibano, e tiveram filho após uma gravidez por inseminação caseira.

As duas mães vivem em união estável. Desde que se conheceram até decidirem morar juntas, compartilhavam o sonho da maternidade. E, por meio de conversas em seu círculo social, Daniele descobriu a possibilidade de realizar uma inseminação caseira com o material genético de um doador.

Daniele e Isabelle seguiram todos os processos necessários e com o consentimento mútuo, a gravidez foi confirmada após a segunda tentativa. Com isso, Daniele Guimarães e Isabelle Costa começaram a preparação para a chegada da criança.. Tudo sendo compartilhado de forma plena pelas duas.

Veio então uma outra necessidade. O Registro de Nascimento da criança deveria vir com os nomes das duas mães. Por isso, Daniele e Isabelle procuraram a Defensoria Pública na cidade de Alagoinha, no Agreste paraibano, onde moram, que atua em outros processos efetivos em relação ao registro de dupla maternidade no Estado.

A família também foi um apoio importante para as duas mães. Ainda assim, Daniele conta que é difícil para casais homoafetivos terem seus direitos garantidos sem precisar recorrer ao judiciário. “Infelizmente, muita coisa precisa ser mudada”, pontuou.

A Justiça da Paraíba reconheceu a ação da Defensoria Pública, e julgou procedente o pedido de Daniele e Isabelle, determinando que assim que a criança nascesse, lhe fosse fornecido o direito à dignidade, e o nome das mães em seu registro.

Para a defensora Monaliza Montinegro, que estava ao lado de Daniele e Isabelle, é muito importante que o trabalho consiga chegar a outras famílias. “Para nós, é um motivo de celebração poder lutar pela proteção jurídica de vínculos familiares baseados no afeto, garantindo dignidade e igualdade a todas as formas de família”, afirmou.