Justiça condena sobrinho e amigo dele acusados de matar enfermeira em Natal

Soraia foi morta com golpes de faca dentro de casa, em Natal — Foto: Redes sociais
Soraia foi morta com golpes de faca dentro de casa, em Natal — Foto: Redes sociais

Por g1 RN — Os dois jovens acusados de matar a enfermeira aposentada Soraia Pereira Sátiro a facadas, dentro de casa, em julho 2024, foram condenados pela Justiça do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (9). As penas são de mais de 21 anos de prisão em regime fechado.

O julgamento deIgor Pereira dos Santos Sátiro, sobrinho da vítima, e de Luís Phellipe Siqueira dos Santos, amigo de Igor, aconteceu sob condução do juiz Ivanaldo Bezerra Ferreira dos Santos.

Segundo a denúncia, os réus entraram a casa da enfermeira de 66 anos por volta das 17h do dia 12 de julho, cometeram o crime e fugiram levando um celular, um cartão de crédito e o carro da vítima.

O corpo de Soraia só foi encontrado no dia seguinte, um sábado, após familiares realizarem várias tentativas de entrar em contato com ela.

Apesar disso, ele afirmou que os acusados tiveram benefícios legais por serem réus primários, terem menos de 21 anos de idade e terem confessado o crime.

Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com a possibilidade que o crime teria ocorrido na tarde do sábado, 13 de julho, mas a investigação confirmou que Soraia foi morta na sexta-feira, 12, por volta das 17h.

Nas imagens das câmeras de vigilância da casa de Soraia, a polícia identificou o sobrinho e o amigo chegando pouco antes das 17h ao local. Depois do assassinato, eles aparecem ainda dentro da residência. Um deles ainda segurava uma faca. Em seguida, eles fugiram no carro da vítima.

No dia 17 de julho, Igor Sátiro, então com 20 anos, foi preso no bairro Vila Nova Manchester, zona Leste de São Paulo.

O outro suspeito tinha se apresentado à polícia espontaneamente na segunda-feira (15), na presença de um advogado, para prestar depoimento e, segundo a polícia, colaborou com a investigação. Ele só foi preso na manhã do dia 18 de julho.

Durante as investigações, a Polícia Civil apontou que Soraia havia acolhido o sobrinho, por tele ter cometido um crime contra outra tia.

“É um crime bárbaro, com requintes de crueldade, cometido pelo sobrinho, que foi acolhido no seio familiar da vítima, exatamente por já ter cometido um crime patrimonial contra outra tia, subtraído joias”, explicou o delegado Márcio Lemos, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na época.

“A tia o acolheu, situação essa que favoreceu ele ter acesso a senhas, então cresceu o interesse dele em continuar nessa autoria delitiva”, acrescentou.

Segundo o delegado, ele “cooptou” um amigo de faculdade “dizendo que seria um crime fácil, já que ele tinha acesso a senhas, e que ele iria só roubar”.

A investigação da DHPP apontou ainda que o sobrinho da vítima fez compras em “lojas caras” em shoppings e gastou o dinheiro roubado em uma festa, após o crime. Em seguida, ele fugiu para São Paulo, onde foi detido.