Aeronave foi inspecionada antes de decolar, diz presidente da Jeju Air

Rescuers work near the wreckage of the Jeju Air aircraft that went off the runway and crashed at Muan International Airport, in Muan, South Korea, December 30, 2024. REUTERS/Kim Hong-Ji     TPX IMAGES OF THE DAY
© Kim Hong-Ji/Reuters/proibida a reprodução

Por Agência Brasil — O presidente da companhia aérea Jeju Air, Kim Yi-bae, garantiu durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (1°) que uma inspeção realizada na aeronave horas antes de ela cair na Coreia do Sul, não detectou “qualquer problema”.

Questionado sobre os procedimentos de segurança, Yi-bae afirmou que o avião não teria sido autorizado a descolar caso a equipe de manutenção não tivesse aprovado a sua segurança.

O presidente da Jeju Air assegurou ainda que os pilotos foram treinados de acordo com os regulamentos e que a empresa tem dois simuladores de voo completos.

Durante a conferência de imprensa, ele reconheceu que, nos últimos cinco anos, a Jeju Air foi a companhia aérea coreana que mais recebeu multas e enfrentou ações administrativas.

Ainda assim, ele prometeu empenho em reforçar os procedimentos de segurança e manutenção da empresa, acrescentando que “o nosso objetivo é reparar a confiança em nós, fortalecendo as nossas medidas de segurança”.

No domingo (29), o avião viajava de Bangkok com 181 pessoas a bordo quando fez uma aterrissagem forçada (sem trem de pouso) no Aeroporto Internacional de Muan. Apenas duas pessoas, membros da tripulação, sobreviveram.

As investigações ocorrem em duas frentes: identificar as vítimas e descobrir a causa deste que é considerado o pior acidente aéreo da Coreia do Sul. As duas caixas pretas do avião estão sendo analisadas – o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo.

No entanto, a segunda caixa preta tem um problema que está dificultando o trabalho dos investigadores na extração dos dados, o que pode prolongar as dúvidas.

Os peritos tentam entender por que razão o trem de aterrissagem do Boeing 737-800 não desceu no momento do pouso. Eles também analisam duas possibilidades: a colisão com aves e as condições climáticas.

As autoridades também querem saber se o muro que fica no final da pista e contra o qual o avião se chocou cumpre os regulamentos.

A pista do Aeroporto Internacional de Muan vai continuar fechada por mais uma semana, enquanto as equipes forenses recolhem destroços do aparelho e restos mortais das vítimas.

Na coletiva de imprensa desta terça-feira, o CEO da companhia aérea anunciou que a Jeju Air vai reduzir as operações durante o inverno em 10% a 15%. O objetivo, segundo ele, é intensificar a manutenção nos aviões, sem que a empresa admita que está operando muitas aeronaves.

Kim Yi-bae anunciou também que a companhia aérea prepara uma compensação de emergência para as famílias das vítimas e vai pagar as despesas com os funerais. O dinheiro vai ser enviado em breve às famílias, antes que o processo dos seguros esteja concluído.

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