Grupo de trabalho do G20 define compromissos contra a corrupção durante reunião ministerial em Natal

Reunião ministerial anticorrupção do G20 em Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi
Reunião ministerial anticorrupção do G20 em Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV CabugiAuditores federais da Controladoria Geral da União (CGU) protestaram contra a desvalorização da carreira surante evento do G20 em Natal — Foto: Divulgação

Por g1 RN — O Grupo de Trabalho Anticorrupção (GTAC) do G20 – fórum que reúne as maiores economias do mundo – definiu compromissos na luta contra a corrupção durante reunião que aconteceu em Natal.

O evento, que transcorre desde segunda (21) e termina nesta quinta (24), analisou as prioridades das nações participantes para fortalecimento de mecanismos de transparência, integridade e responsabilização, tanto no setor público quanto no privado.

Entre os países presentes estão representantes de governos como Portugal, Argentina, França, Suíça, Austrália, Espanha, além da União Europeia e nações africanas e asiáticas.

O encontro destacou que a corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento sustentável e à igualdade, agravando desigualdades sociais e econômicas e minando a confiança nas instituições públicas.

O resultado do encontro foi a elaboração de uma declaração ministerial que será submetida aos líderes do G20 durante a cúpula dos chefes de Estado e de governo, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.

A declaração ministerial endossada pelo grupo enfatiza que o fortalecimento da integridade em todas as esferas da sociedade, tanto no setor público quanto no privado, é essencial para a construção de um “mundo justo e um planeta sustentável”, lema da presidência brasileira do G20.

Durante o encontro, foram estabelecidos três compromissos principais na luta contra a corrupção. O primeiro compromisso é garantir a participação ativa da sociedade civil na construção das agendas anticorrupção.

O segundo ponto abordado foi o papel da iniciativa privada no combate à corrupção. O ministro da CGU, Vinícius Marques, ressaltou que a corrupção não é um problema exclusivo do Estado, mas também do setor privado.

O terceiro compromisso, diretamente relacionado ao desenvolvimento sustentável, diz respeito ao combate à corrupção em situações de desastres climáticos. O ministro afirmou que os países, liderados pelo Brasil, também assumiram um compromisso de buscar a gestão eficientes dos recursos públicos disponibilizados para situações de desastres climáticos.

Superintendente da CGU no Rio Grande do Norte, Rogério Vieria dos Reis ressaltou que o evento discutiu temas relevantes local e globalmente, em busca de soluções conjuntas.

“A corrupção desvia grande parte dos recursos que deveriam estar sendo aplicados na educação, na saúde. Então quando a gente vê, às vezes, as políticas públicas não sendo bem executadas, não chegando no cidadão, às vezes a razão é justamente a corrupção”, pontuou.

A governadora do Rio Grande do Norte participou da reunião ministerial. Em seu discurso oficial, Fátima Bezerra assinalou os avanços do Governo Federal para o combate aos crimes de corrupção. “O Brasil tem avançado no combate à corrupção, criando um ambiente de negócios mais íntegro, que favorece o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades. Esse esforço é um passo decisivo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e combater a fome e a pobreza”.

Durante o evento do G20 sobre integridade e anticorrupção em Natal desta quinta-feira (24), os auditores federais da Controladoria Geral da União (CGU) protestaram contra a desvalorização da carreira.

Vestidos de preto e com cartazes que pediam um acordo com o governo federal em relação ao reajuste salarial, eles ocuparam a frente do hotel Serhs onde estavam reunidos o ministro da CGU, Vinícius Marques, a governadora Fátima Bezerra, além de especialistas e líderes globais que participam do G20.

Os servidores vêm pedindo uma negociação mais justa com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) há meses, além do fim das assimetrias remuneratórias.

A mobilização contou com servidores da CGU do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Bahia e Espírito Santo.

A greve dos auditores e técnicos da CGU já afeta a capacidade operacional do órgão em várias áreas, como a conclusão de acordos de leniência e a realização de auditorias e fiscalizações, e tem impactado também as operações especiais, realizadas com a Polícia Federal.