Operação Integration: MPPE recomenda que processos de ‘Vai de Bet’ e empresa de Gusttavo Lima sigam para Justiça da Paraíba

Cantor sertanejo Gusttavo Lima — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Cantor sertanejo Gusttavo Lima — Foto: Reprodução/Redes SociaisAeronave foi apreendida no aeroporto de Jundiaí (SP) — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoDeolane Bezerra na saída de presídio no Recife — Foto: Felipe Fernandes/TV Globo

Por g1 PB — O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que sejam transferidos para a Justiça da Paraíba os processos que envolvem a Vai de Bet e a empresa de Gusttavo Lima, Balada Eventos e Produções, no âmbito da Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões num esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar.

A operação é a mesma que resultou na prisão da advogada e influenciadoraDeolane Bezerra, no início de setembro (entenda abaixo).

O g1 e a TV Globo tiveram acesso à manifestação do MP da sexta-feira (20), assinada por cinco promotores pernambucanos. Na primeira página, o documento diz que o inquérito policial que apura a lavagem de dinheiro resultou no indiciamento de 22 pessoas. Na lista, consta o nome de batismo de Gusttavo Lima: Nivaldo Batista Lima (Gusttavo é nome artístico).

No processo que tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o cantor é citado como “terceiro interessado”, não como parte ou como investigado, enquanto a empresa dele, Balada Eventos e Produções, aparece como investigado(a).

O indiciamento ocorre quando o delegado de polícia conclui que há indícios de crime associado a uma pessoa. O indiciamento é, então, o encaminhado do caso ao Ministério Público. Se entender que há provas, o MP denuncia realiza a denúncia à Justiça.

Na manifestação a que o g1 teve acesso, os promotores pernambucanos citam Gusttavo Lima por ser dono da empresa Balada Eventos e Produções. A companhia possuía um jato Cessna Aircraft que foi comprado pela Vai de Bet, empresa de José André da Rocha Neto.

O documento diz que o mesmo avião havia sido adquirido por Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, e um dos investigados na operação.

No início de setembro, a aeronave foi apreendida durante a Operação Integration e R$ 20 milhões foram bloqueados nas contas da Balada Eventos. Na época, o cantor disse não ter “nada a ver com o jato” e que era “loucura incluir a sua empresa na investigação por lavagem de dinheiro”.

Agora, o MPPE pede que o processo seja remetidos para Campina Grande, na Paraíba, onde a Vai de Bet é sediada. No entendimento dos promotores pernambucanos, cabe ao MP do estado avaliar se houve algum crime nas negociações entre a empresa de Gusttavo Lima e a Vai de Bet.

O MPPE também recomendou que seja julgado em Campina Grande o envolvimento dos empresários Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, donos da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos.

Eles foram incluídos na investigação por recebimento de valores da Esportes da Sorte “sem a demonstração da correlação entre essas transferências e os delitos investigados nos autos”. A Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos também realizou transferências bancárias para a Vai de Bet, que não estão detalhadas no documento ao qual o g1 teve acesso.

Apesar de indicar que Thiago e Rayssa receberam nas pessoas recursos da Zelu e apresentaram “incompatibilidades entre os rendimentos declarados e as movimentações bancárias”, o MPPE também entendeu que a questão deve ser investigada na Paraíba.

O g1 entrou em contato com os advogados de Gusttavo Lima, da empresa Balada Eventos e Produções, mas não recebeu resposta até a última atualização dessa reportagem.

O g1 também solicitou posicionamentos às defesas da Vai de Bet, de José André da Rocha Neto, da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e dos seus sócios, Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana e também não recebeu um retorno até a última atualização dessa reportagem.

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