Comissão debate ampliação de cotas em concursos públicos para indígenas e quilombolas

Audiência Pública - Aldear e aquilombar os serviços públicos. Diretora do Departamento de Provimento e Movimentação de Pessoal - Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Maria Aparecida Chagas. Dep. Carol Dartora (PT-PR). Diretor do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas - Ministério dos Povos Indígenas. Eliel Benites.
Carol Dartora (C): diversidade vai enriquecer o serviço público - Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Por Câmara dos Deputados — Em audiência pública da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara, os participantes defenderam a ampliação do sistema de cotas em concursos públicos para atender indígenas e quilombolas. A Lei 12.990/14, que perdeu a vigência neste ano determinava uma cota de 20% para pretos e pardos.

O Projeto de Lei 1958/21, em análise na comissão aumenta o total para 30% e abrange indígenas e quilombolas. O texto, que já foi aprovado no Senado, estabelece um prazo de dez anos para que a política seja revista.

A deputada Carol Dartora (PT-PR) disse que a diversidade vai enriquecer o serviço público. “Existem pesquisas já que mostram que os espaços que conseguem equilibrar raça e gênero são espaços que se tornam menos violentos, que se tornam mais eficientes, mais criativos”.

Representante do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Maria Aparecida Ferreira disse que o governo, no concurso para a Funai, fez uma reserva de vagas de 30% para indígenas por considerar que é importante que eles participem mais das políticas públicas específicas. Segundo ela, são apenas 2.500 indígenas no serviço público que tem cerca de 500 mil servidores.

A representante estudantil Braulina Baniwa disse que também é importante ter cotas para estagiários para que os estudantes consigam estar mais integrados às instituições governamentais. “A gente precisa pensar nessa formação, para que, quando ele se formar, ele já tenha experiência em diferentes setores”.

Representante do Ministério Público do Trabalho informou que o órgão já pratica 45% de vagas para ações afirmativas, incluindo pessoas com deficiência e pessoas trans.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Geórgia Moraes