120 anos de encantamento de Augusto Severo é tema de homenagem no Complexo Cultural Rampa

Solenidade reuniu autoridades, imprensa, artistas, produtores culturais e empresários. — Foto: Mylena Sousa

Augusto Severo, potiguar com coragem para voar, recebeu homenagem nesta quinta-feira, 12 de maio, data que marcou 120 anos de seu encantamento. O evento, realizado no Complexo Cultural Rampa, no bairro de Santos Reis, em Natal, reuniu convidados, imprensa e autoridades, em tributo promovido pelo Governo do Estado do RN, com direito a apresentações, projeção mapeada e lançamento de livro.

A solenidade teve início com a apresentação de estudantes da 5ª série da Escola Municipal Augusto Severo de Macaíba, seguida de pronunciamentos, como o do advogado Armando Holanda, que representou a família de Augusto Severo, e o da governadora Fátima Bezerra.  “Temos a exata dimensão do papel e do dever público de acolher, disseminar e preservar a memória e a história do nosso povo. Essa homenagem a Augusto Severo faz parte de um resgate desse importante legado deixado por ele e que faz parte do Rio Grande do Norte”, destacou a governadora.

O pôr do sol, às margens do rio Potengi, fez parte da cena em um momento de contemplação ao som do saxofonista Joedson Silva. Em seguida, os convidados assistiram a uma projeção mapeada com a história de Augusto Severo, tendo como imagens as ilustrações do livro “Augusto Severo: o homem que sonhou voar”, lançado durante o evento.

O projeto de ocupação artística do Complexo Cultural, o Rampa – arte museu paisagem – atualmente em desenvolvimento -, é apoiador da publicação, já que a curadoria tem como um de seus conceitos geradores o verbo “voar” e, portanto, encontra em Augusto Severo importante inspiração. O livro conta com o trabalho e os esforços de Ângela Almeida, jornalista, pesquisadora e artista plástica; Helton Rubiano, jornalista, escritor e editor de livros; Rafael Campos, designer e artista visual e Michele Holanda, publicitária, designer e fotógrafa. Tendo como editora a EDUFRN – Editora da UFRN, o livro possui mais de 90 páginas repletas de muita arte, memórias e história. Vendas no local.

Solenidade reuniu autoridades, imprensa, artistas, produtores culturais e empresários. — Foto: Mylena Sousa

Lançamento do acervo digital Rampa – arte museu paisagem 

O encerramento aconteceu com a apresentação do acervo digital da Rampa – arte museu paisagem (www.rampacultura.com.br). Marília Bonas, coordenadora do Núcleo Museológico, fez a apresentação e contou um pouco do que está por vir. “A gente trabalhou a partir de um conceito chave que é entender esse espaço, como um lugar de memória. E um lugar de memória é onde coisas importantes aconteceram, no entanto, mais importante do que registrar um local onde fatos relevantes ocorreram, é importante compreendermos as muitas camadas de memória e de desmemória. Parte da população natalense não reconhece o local como ponto histórico. A gente trabalha com a chave de ‘patrimônio’, como aquilo que te pertence. Se as pessoas não têm memória sobre o patrimônio, como isso vai te pertencer? Então, essa foi a base de início do Núcleo Museológico”, explica Marília Bonas.

No site, o público já tem à disposição parte do acervo digital, mapa interativo (com informações sobre o projeto, linha do tempo, depoimentos e ficha poética) e outros detalhes da grandiosidade do projeto de ocupação artística, Rampa – arte museu paisagem. Foi um longo período de pesquisas bibliográficas sobre a história da aviação no RN, além das falas das pessoas da comunidade em torno da Rampa e de outras pessoas que têm histórias e memórias relacionadas ao local. No âmbito da articulação social, foram realizadas entrevistas com moradores, pessoas da área da cultura, da educação, da segurança pública, nos bairros da Ribeira, Rocas e Santos Reis.

O Complexo Cultural Rampa é um equipamento do Estado do RN. O projeto de ocupação artística do espaço, Rampa – arte museu paisagem, da Casa da Ribeira, tem patrocínio da Brisanet. A Neoenergia Cosern é patrocinadora da Fase 1, dirigida exclusivamente para a Ação Memória e Educação, com benefícios da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, Fundação José Augusto e Governo do RN. A produção executiva é da House Cultura.

Para o presidente da Casa da Ribeira, Henrique Fontes, estar nesse processo de ocupação e implementação do Rampa – arte museu paisagem, é um grande desafio e de muitas descobertas. “Os 120 anos de encantamento de Augusto Severo foi desde o começo da pesquisa curatorial um símbolo ligado diretamente que é o voar, o sonhar voar. Ele, mais do que ninguém nesse Brasil, foi quem primeiro ousou sonhar que poderíamos voar, como os pássaros. Toda nossa curadoria tem esse desejo do voo, dessa busca de voar para além dos equipamentos, o voar com a imaginação. Hoje marcou o começo dessa abertura.  A arte tem esse poder na vida das pessoas”, declarou.

Entre as autoridades presentes, a governadora Fátima Bezerra, o vice-governador Antenor Roberto, o prefeito do município de Macaíba, Emídio Júnior, secretários de Estado, representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Grupo Neoenergia Cosern, Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Academia Norte Rio-grandense de Letras, Câmara Municipal, Marinha do Brasil, Abrasel, artistas, produtores culturais, professores, Grupo Nordestão, Brisanet, empresários do turismo, entre outros.

Solenidade reuniu autoridades, imprensa, artistas, produtores culturais e empresários. — Foto: Mylena Sousa