Jair Bolsonaro confirma ida a atos de 7 de Setembro para defender ‘democracia e liberdade acima de tudo’

Segundo o chefe do Executivo, até o ano que vem, “tudo pode acontecer”. — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Por Estadão Conteúdo — O presidente Jair Bolsonaro confirmou que estará presente nas manifestações de 7 de Setembro, tanto em Brasília quanto em São Paulo, e que a agenda é a “democracia e liberdade acima de tudo”.

Em entrevista à Rádio Jornal Pernambuco nesta quinta, 26, Bolsonaro reafirmou que irá ao ato na Avenida Paulista, em São Paulo, onde deverá discursar aos presentes. “Pretendo, sim, participar do evento na (Avenida) Paulista, onde devo chegar por volta das 15h30. E aí, sim, em um pronunciamento mais demorado, falar com a população, dar uma mensagem de esperança e também mostrar para o mundo o quanto o povo está preocupado com o seu futuro”, afirmou.

Na semana passada, Bolsonaro já tinha dito que, pela manhã, também pretende participar de uma cerimônia de hasteamento da bandeira nacional em Brasília, às 8 horas da manhã do dia 7 de Setembro. “Vamos hasteá-la aqui, com cerimônia militar, às 8h. Às 10h, estamos aqui na Esplanada. Pretendo usar a palavra. Não é uma palavra de ameaça a ninguém. Estaremos em São Paulo fazendo a mesma coisa. Pode ter certeza, vamos ter uma fotografia para o mundo do que vocês querem. Eu só posso fazer uma coisa se vocês assim o desejarem”, declarou na ocasião.

Apesar da apreensão em torno dos atos autoritários, já marcados pela organização de manifestantes que atacam a ordem institucional e ministros do Supremo Tribunal Federal, ameaçam invadir o tribunal e o Congresso, Bolsonaro disse que as manifestações devem ser consideradas “normais” e convocou políticos a saírem às ruas e discursarem nos movimentos locais previstos para a data. Por causa da pandemia, pelo segundo ano consecutivo o Ministério da Defesa cancelou o desfile militar realizado tradicionalmente no dia 7 de Setembro em comemoração ao aniversário da independência do Brasil.

“É um movimento popular, nós devemos entendê-lo como normal. Quem não quiser apoiar é direito dele. Agora, ser contra um movimento que vem do povo, nós não podemos, não pode negar isso daí. Não temos eleições este ano, então seria bom que políticos de todo o Brasil compareceram a esses movimentos e usem da palavra para tranquilizar, para mostrar o que ele está fazendo”, disse.

Eleições. Bolsonaro reafirmou que não ainda não tem certeza de que irá disputar a reeleição no pleito de 2022, embora todos os seus movimentos políticos estejam claramente orientados a isso.

Segundo o chefe do Executivo, até o ano que vem, “tudo pode acontecer”. O presidente ponderou que parte da dúvida é sobre não ter uma legenda para o pleito: “Não consegui até o momento ter um partido para dizer que vamos disputar as eleições”.

Apesar das incertezas, o presidente disse que já tem planos para a formação de um novo governo. De acordo com Bolsonaro, se disputar a reeleição, vai se dedicar a formar uma bancada de senadores e de deputados federais.

Ao reafirmar as acusações contra ministros do Supremo e as urnas eletrônicas, Bolsonaro se posicionou sobre o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que foi alvo de uma ordem de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na sexta-feira (20). Disse que o deputado é aliado, mas não porta-voz do governo, e defendeu que o parlamentar tenha direito ao que classificou como “liberdade de expressão”, apesar das ameaças diretas ao STF.