Morre Januário de Oliveira, ex-locutor de rádio e TV

Narrador gaúcho foi um dos principais nomes da transmissão esportiva no Brasil. — Foto: Fabiano de Oliveira

Por Redação do ge, Rio de Janeiro — Morreu, nesta segunda-feira, aos 81 anos, o ex-locutor de rádio e TV Januário de Oliveira, após 11 dias internado. Ele sofreu uma parada cardíaca enquanto tratava um quadro de pneumonia em um hospital particular de Natal-RN, cidade em que morava com a família.

O velório acontece na Capela Central do Grupo Vila, na Rua São José, em Natal, a partir das 7h desta terça (1º). O sepultamento às 15h, no Cemitério Morada da Paz, em Emaús.

Januário foi uma das principais vozes no futebol brasileiro nos anos 1980 e 90. Criou diversos bordões que são lembrados até hoje. Quem acompanhava suas narrações, seja na TVE ou na Band, não esquece alguns, como:

• “Taí o que você queria, bola rolando”
• “Acha pouco, quer mais e vai à luta”
• “Ele sabe que é disso, é disso que o povo gosta!”
• “Tá láaaaa um corpo estendido no chão”
• “Cruel, muito cruel”
• “Sinistro, mas é muito sinistro”
• “E o goooooooooooool!”

Deu, ainda, inúmeros apelidos a jogadores que caíram no gosto do torcedor. O atacante Valdeir, destaque do Botafogo no início dos anos 90, virou “Valdeir The Flash”. Sávio, prata da casa do Fla, virou “Sávio, o Anjo Loiro”.

O mais famoso, sem dúvida, batizou o centroavante Ézio, do Fluminense, clube do coração de Januário. Até hoje o ex-camisa 9 tricolor é lembrado pelos torcedores como “Super Ézio”.

Ézio virou o Super Ézio para Januário de Oliveira — Foto: Divulgação

Em abril de 2019, Januário recebeu uma homenagem no Maracanã, palco de narrações memoráveis. Valdeir, Sávio, William (ex-Vasco) e ainda o filho e a viúva de Ézio (que faleceu em 2011) foram ao encontro do narrador em uma emocionante matéria exibida no Globo Esporte.

Acometido por diabetes, Januário perdeu a visão, mas ainda assim mantinha projetos de narração de futebol em Natal.

O ex-narrador passou por diversos veículos de comunicação. No Rio Grande do Sul trabalhou na Rádio Farroupilha, Rádio Cultura de Bagé. Depois foi para o Rio de Janeiro, onde atuou na Rádio Mauá, Rádio Nacional e Rádio Globo. Também marcou presença nas telas da TVE e na TV Bandeirantes, quando ganhou enorme notoriedade nas transmissões dos jogos envolvendo os times cariocas.

Clubes e personalidades da crônica esportiva brasileira lamentaram a morte do locutor: