Zenaide critica adiamento da votação de proposta que pune a desigualdade salarial entre homens e mulheres

Presidente do Senado levantou outras questões sobre o projeto e propôs adiar a votação por uma semana — Foto: Fernando Oliveira

A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) reagiu ao pedido do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) para a retirada de pauta do PLC 130/2011, que pune a discriminação salarial contra mulheres no mercado de trabalho. O senador considerou que era preciso analisar melhor os impactos da multa prevista no projeto – de cinco vezes a diferença entre o salário de homens e mulheres que desempenham a mesma função em uma empresa. Zenaide protestou, dizendo que o pedido atrasava ainda mais a votação de um projeto apresentado em 2009 pelo deputado Marçal Filho e que espera decisão do Senado desde 2011: “Só vai pagar multa quem desobedecer à lei! Eu não perdi a capacidade de me indignar e não pude ficar calada diante de mais um pedido de adiamento de um projeto que já está há mais de 10 anos tramitando no Congresso! Queremos acabar com uma injustiça: a desigualdade salarial entre homens e mulheres!”, desabafou Zenaide. Durante a sessão, as senadoras Kátia Abreu e Rose de Freitas também se posicionaram contra o adiamento.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, levantou outras questões sobre o projeto e propôs adiar a votação por uma semana. O relator, senador Paulo Paim (PT-RS) disse preferir a votação imediata, mas que a decisão final caberia a Pacheco. Falando pela liderança da bancada feminina, a senadora Simone Tebet (MDB – MS) pediu prioridade para o projeto na próxima terça, o que foi aceito pelo presidente da Casa. Zenaide espera que a promessa seja cumprida: “Mulheres do Brasil, vamos ficar de olho! Essa é uma das propostas mais importantes para combater a discriminação contra nós no mercado de trabalho! Espero que a promessa de votar na próxima terça seja cumprida!”, declarou Zenaide, via Twitter. De acordo com o IBGE, as mulheres recebem 77,7% do salário dos homens. Nos cargos de liderança, a diferença é ainda maior, com o salário das mulheres correspondendo a apenas 61,9% do que ganham os homens. “Nada justifica salários desiguais para funções iguais!”, finalizou a parlamentar.