Deputados falam sobre intolerância no País e desrespeito às medidas contra a Covid-19

O conteúdo dos pronunciamentos na sessão ordinária girou em torno da situação da pandemia. — Foto: João Gilberto

No horário destinado aos deputados, na sessão ordinária que aconteceu nesta quinta-feira (18), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, pronunciaram-se os deputados Vivaldo Costa (PSD), Sandro Pimentel (PSOL) e Francisco do PT. O conteúdo dos pronunciamentos girou em torno da situação da pandemia, com previsão de aumentos de casos pós-carnaval; a proliferação do ódio e da intolerância no País e no Estado; bem como informações sobre a questão hídrica no RN.

O deputado Vivaldo Costa lamentou a situação da Covid-19 no Rio Grande do Norte. “Tivemos a primeira onda da doença, que causou muito sofrimento, e quando pensávamos que estava controlada, veio uma segunda onda. E, pelos estudos, essa segunda onda tem relação com aglomerações que aconteceram durante campanhas eleitorais e festas em datas comemorativas, porque muita gente não respeitou as medidas”, falou. “O RN teve um quadro lamentável, as autoridades estão apavoradas. A ocupação está muito alta e a Secretaria de Saúde do Estado teme piorar com a aglomeração do carnaval. Eu defendo a união dos prefeitos, governadora e Ministério da Saúde, para que haja um pacto pela vida”, alertou.

O parlamentar Sandro Pimentel voltou a comentar sobre um assunto que já havia mencionado mais cedo na sessão plenária, a publicação de um jornalista – em um jornal local – incitando a violência. Segundo ele, um fato lamentável, grotesco, brutal e criminoso, que vai responder criminalmente. “A agressão, o ódio e falta de democracia têm se agigantado no Brasil, infelizmente. Ninguém pode ser criminalizado por pensar diferente. Todas as pessoas têm o direito de odiar a Marielle Franco, o meu partido, a minha pessoa, quem quer que seja, mas elas têm o dever de respeitar. Eu não vou dizer para a população que se reúna para bater na cara de Bolsonaro, porque se eu fizesse isso eu estaria cometendo um crime. Incitar a violência é crime”, desabafou.

Ele mencionou também a prisão recente do deputado federal Daniel Silveira, do PSL, que, enfatizou Sandro Pimentel, tem uma ficha criminal enorme. “Ele pede o AI-5 e diz que tem o direito democrático de dizer o que ele disse. Olhe a confusão na cabeça dessa pessoa. Espero que continue preso, porque ele não merece ser agente público”.

Francisco do PT também comentou sobre o tema abordado por Sandro Pimentel e lembrou que os tempos estão estranhos, de apologia à morte, às armas, ao totalitarismo. “É muito preocupante a propagação de ódio. Estamos em uma pandemia onde pessoas perderam a vida. Enquanto isso, um deputado federal fazendo apologia à intolerância e um Governo Federal, em vez de canalizar as energias para garantir vacina para todo mundo, aproveita o carnaval para editar decreto de facilitação para aquisição de arma de fogo, como se isso fosse a prioridade do nosso País”, disse.

O deputado ainda falou sobre a questão hídrica, mencionando eventos que participou nos últimos dias sobre o assunto, entre eles, um encontro que aconteceu na Governadoria, na quarta-feira (17). De acordo com ele, na ocasião houve uma discussão sobre as preocupações com o andamento e conclusão das obras do eixo Norte da transposição do Rio São Francisco e sobre a importância da garantia de que o canal do Apodi possa ser construído, levando água para a região Oeste do Estado. Segundo Francisco do PT, também foi abordado sobre a necessidade de obras complementares à transposição que precisam ser realizadas. “É fundamental abraçarmos essa discussão”, enfatizou.