Por CNN — O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, exonerou o secretário de serviços integrados de saúde da Casa, Marco Polo Dias Freitas. Fux afirmou que recebeu críticas devido a uma decisão que não autorizou e sobre a qual sequer foi informado.
Em ofício enviado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o STF pediu que fossem reservadas para ministros e servidores da Corte um total de 7 mil doses de vacinas contra a covid-19 fossem reservadas para ministros e servidores da Corte, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo.
A Fundação negou o pedido e disse que não tem autonomia “nem para dedicar parte da produção” para vacinar os próprios servidores. Informou ainda que a produção de imunizantes será destinada integralmente ao Ministério da Saúde.
Dias após o ofício enviado pelo Supremo à Fiocruz, Fux defendeu o pedido, em entrevista à TV Justiça, “para o Judiciário não parar”. Ele afirmou que é necessário haver uma preocupação para que as instituições fundamentais do Estado não parem durante a pandemia.
“Nós, por exemplo, fizemos um pedido de toda forma delicada, ética, um pedido, dentro das possibilidades, quando todas as prioridades forem cumpridas, de que também os tribunais superiores — que precisam trabalhar em prol da Covid — tenham meios para trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma”, declarou.
Perguntado sobre o fato de ter defendido a solicitação de reserva dos imunizantes, Fux disse não saber do ofício e nem querer prioridade. O ministro reafirmou que o documento foi enviado sem que ele soubesse e que Freitas ligou para a Fiocruz em nome do Supremo.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde, a qual é comandada por Freitas, ficaria responsável por realizar campanha de vacinação e as vacinas seriam retiradas nas dependências da Fiocruz por um servidor da secretaria, se o pedido fosse acatado.
A portaria com a exoneração do secretário foi assinada neste domingo (27) pelo presidente do STF e a demissão é válida partir de hoje (28). Freitas é médico clínico do Supremo desde setembro de 2009 e a assumiu a secretaria de saúde da Casa em agosto de 2014.
