Brasileiro voluntário na pesquisa da vacina de Oxford que faleceu era médico e estava na linha de frente

João Pedro Feitosa, de 28 anos, morreu por complicações da Covid-19 — Foto: Reprodução

Por O Dia — O brasileiro que faleceu na última semana, voluntário na pesquisa da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, era médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. João Pedro Feitosa, de 28 anos, citado em nota de pesar da universidade como “um jovem promissor”, estava atuando na linha de frente no combate à covid-19. O médico, que se formou no ano passado, faleceu por complicações da doença e não se sabe se ele recebeu a dose de imunização ou não.

Recentemente, o jovem fez uma publicação em uma rede social sobre a rotina de trabalho, onde dizia que “a parte mais desgastante de se trabalhar com o COVID19 é certamente ter que lhe dar com o sofrimento, medo e a angustia daqueles que se encontram confinados e sem contato próximo com seus entes queridos em um momento de extrema fragilidade. É quase inevitável levar esse peso para casa quando saímos do ambiente hospitalar”.

O Centro Acadêmico Carlos Chagas, do curso de medicina da UFRJ lamentou a perda do ex-aluno. “João Pedro Feitosa era um jovem promissor, que deixa uma enorme lacuna pelo reconhecido talento e dedicação demostrada durante todo o seu período de graduação. João Pedro era um líder entre os seus pares pela competência e espirito solidário”, diz a nota.

Por conta da confidencialidade ética, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não informou se João Pedro recebeu uma dose de placebo ou da vacina, mas afirmou que o caso está sendo investigado e que os estudos continuam.

Em nota, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), responsável pelos teste no Rio de Janeiro, disse que não poderia confirmar a participação de nenhum dos voluntários e reforçou: “pós a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais. Vale lembrar que trata-se de um estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford”.