Bala que atingiu menino de 8 anos fraturou crânio e atravessou cabeça da vítima, diz laudo do Itep

Caso aconteceu no dia 9 de agosto em Natal e criança morreu no hospital um dia depois — Foto: Cedida/Polícia Civil

Por Kleber Teixeira, Inter TV Cabugi — O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) concluiu o laudo da perícia no corpo de um menino de 8 anos que foi atingido por uma suposta bala perdida no dia 9 de agosto e morreu no hospital, um dia depois. A perícia concluiu que o tiro atingiu a lateral da cabeça do garoto, perto da orelha.

Segundo o diretor do Itep, Marcos Brandão, o tiro atingiu a têmpora esquerda – osso perto do ouvido. A bala fraturou o crânio do lado esquerdo, atravessou a cabeça, fraturou a têmpora direita e ficou entre o crânio e a pele. Para ele, a trajetória do projétil exclui a hipótese de que o tiro veio de cima, a não ser que a criança estivesse deitada.

“A bala não veio de cima. Só se ele estivesse em uma posição não convencional, com a cabeça muito inclinada, mas isso seria muito pouco provável”, considerou.

Segundo a família, Wilian David Guedes, de 8 anos, estava brincando com outros dois amigos em uma área de lazer do condomínio onde morava com a família, no bairro Nossa Senhora de Nazaré. Ainda de acordo com o relato dos familiares, o menino caiu e os amigos foram avisar aos pais.

Socorrido ao Hospital Walfredo Gurgel, os pais disseram que ele tinha sofrido uma queda, mas durante o exames médicos, a equipe da unidade de saúde encontrou o projétil de arma de fogo na cabeça do menino, que não resistiu e morreu no hospital. A polícia foi acionada para investigar o caso.

A Polícia Civil investiga se o garoto foi atingido por uma bala perdida que teria vindo de cima por causa dos muros altos do condomínio. Aos investigadores, os moradores afirmaram que não ouviram barulho de tiro.

O laudo reforça a suspeita de que o menino foi atingido por um tiro que veio pela lateral, mas o calibre do projétil ainda não foi identificado. Os fragmentos da bala seguiram para a perícia de balística, que pode determinar qual foi o tipo de arma usada.

De acordo com o Itep, o tiro foi feito há mais de 50 centímetros, mas não é possível determinar o disparo ocorreu a um metro, dois metros ou mais. Só o confronto dos depoimentos à Polícia Civil, ou uma simulação, no local, poderão esclarecer o que aconteceu.