PF cumpre mandados em ação que investiga caixa 2 de Serra em campanha eleitoral

Operação Paralelo 23 cumpre 4 mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão — Foto: Flávia Martins/CNN

Por CNN Brasil — O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal deflagaram, na manhã desta terça-feira (21), uma operação que investiga a existência de caixa 2 na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014.

A Operação Paralelo 23 – terceira fase da Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de SP – cumpre 4 mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu. Também foi determinado o bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados.

Segundo informações da PF, um dos mandados de prisão é contra José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da empresa Qualicorp. Segundo o inquérito, os agentes descobriram indícios de que Serra recebeu doações eleitorais não contabilizadas, repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, ocultando a origem ilícita dos valores recebidos, cujo montante corresponde a cerca de R$ 5 milhões.

A investigação contou com acordos de colaboração premiada, quebra do sigilo bancário, troca de informações com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e testemunhos de pessoas relacionadas ao caso.

O inquérito teve a colaboração de indivíduos que teriam sido contratados em 2014 para estruturar e realizar os pagamentos das doações eleitorais. Elas teriam sido feitas a mando de Seripieri Junior.

Os agentes também descobriram a existência de outros pagamentos feitos por grandes empresas, sendo uma delas do ramo de nutrição e outra da construção civil, destinados a uma das companhias que seria utilizada por Serra para ocultar o recebimento das doações.

Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. As penas previstas vão de 3 a 10 anos de prisão. Como o parlamentar ainda está no exercício do mandato no Senado, as investigações sobre ele se restrigem aos fatos de 2014. Quanto aos demais, os investigadores buscam provas de prática de crimes conexos.