Deputados comentam ações dos governos estadual e federal no combate à Covid-19

Sessão aconteceu de maneira remota nesta terça-feira (26) — Foto: João Gilberto

Os deputados comentaram, durante sessão ordinária por Sistema de Deliberação Remota (SDR) realizada nesta terça-feira (26), as atuais ações dos governos estadual e federal com relação ao combate do novo coronavírus.

O deputado Kelps Lima (SDD) falou da preocupação com o microempreendedor do Rio Grande do Norte. Segundo ele, além de todo o prejuízo para as famílias, o coronavírus também pode arrasar o pequeno empreendedor, pelo medo e pela cultura do medo imposta pelo Governo do Estado.

“As grandes empresas nacionais e multinacionais podem tomar conta de diversos setores, por exemplo, das academias de ginástica, dizimando os pequenos empresários. Nós precisamos proteger o pequeno empreendedor, ouvir alternativas para eles. As academias apresentaram um protocolo rígido para o governo, que não aceitou. A governadora, por não saber o que fazer, optou pela cultura do medo. A cultura do medo nunca colocou a sociedade para frente”, discursou Kelps.

“A ciência econômica do RN tem sido agredida na falta de construção de medidas. Não sou contra as medidas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas sou contra a falta de alternativa. Está na hora da governadora liderar o RN para todos, senão a crise será muito além da saúde”, complementou.

Por outro lado, a deputada Eudiane Macedo (Republicanos) respondeu que não era a cultura do medo, era a cultura da coragem. “É muito fácil apontar, julgar, mas têm certas decisões que realmente precisam ser tomadas por governantes que tenham coragem. A governadora está tendo pulso forte, mesmo que alguns apontem que esse não seria o caminho correto. O caminho a ser seguido é esse. As pessoas que estão no comando, estudaram para isso”, disse Eudiane.

A parlamentar comentou que, nas últimas duas semanas, vem recebendo um número muito grande de demandas, de solicitações, de pacientes. “Eu entendo que todos esses esforços feitos pela prefeitura e pelo governo vão ter o efeito de salvar mais vidas. Eu tenho amigos de academias que estão passando por situações constrangedoras, mas eu não posso dizer que essas academias têm que ser abertas da noite para o dia, tem que ser feito um planejamento, especialmente num ambiente de grande contaminação que é uma academia. Tudo tem que ser bem planejado, não se pode fazer as coisas do dia para a noite. Não é a cultura do medo, é a cultura de não querer perder mais vidas”, complementou.

O deputado Sandro Pimentel (PSOL) complementou a fala da deputada. Disse que a defesa do mandato dele é pelo isolamento, que é fundamental. “Isso não é dito por mim, mas por muitos estudiosos especialistas na área. A gente acha que 212 mortes não é nada. Se fosse uma só morte teríamos que lamentar e lamentar muito. A orientação de tudo isso é a ampliação de isolamento social. Nada de afrouxamento. Nenhum de nós gostaria de estar tanto tempo em casa e, na verdade, muitos não conseguem ficar porque precisam sobreviver. Mas a pessoas que puderem, por favor, só saiam de casa quando for inevitável. A economia só se recupera quando estivermos vivos, depois de morto não há economia que melhore. Então peço a governadora não afrouxe as medidas”.

Ele também aproveitou para repercutir a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial do Governo Federal divulgada na última semana. Segundo o deputado Sandro, a reunião foi um horror de afirmações, com destaque para a fala do ministro do Meio Ambiente. “Foi uma prova de que ele trama dolosamente contra a sua própria pasta. Tudo sob os olhares silenciados e acovardados de quem estava presente naquela reunião. Permitir a aprovação de reformas infralegais é no mínimo revoltante, demonstra o lado perverso do capital. O Brasil é o país mais rico do planeta quando o assunto é biodiversidade. Deixo aqui a minha revolta e de todas as pessoas que entendem a importância do meio ambiente”, destacou Sandro Pimentel.

Francisco do PT se posicionou favorável às atitudes do governo estadual. “Há assessores para que a governadora, de forma corajosa, possa tomar as medidas que vem tomando e, dessa forma, possamos estar em um patamar diferente inclusive dos estados vizinhos. É uma atitude de coragem de uma mulher que não se rende às adversidades”, falou Francisco.

Para ele, não adianta dizer que estávamos preparados para um momento como esse. “Ninguém esperava que essa pandemia tomasse essas proporções. Se tem alguém que não tem compromisso em lidar com o coronavírus é o presidente de República, Jair Bolsonaro, a exemplo daquela fatídica reunião onde não se tratou da preocupação com o coronavírus. Mas aqui no Estado a governadora está se portando com muita altivez e responsabilidade diante dessa situação”, completou Francisco do PT.

Ainda sobre o assunto, o deputado George Soares (PL) aproveitou para cobrar mais uma vez respostas sobre a possibilidade ou não do governo estadual implantar os leitos de UTI no Hospital Regional de Assu. “Já encaminhei requerimento e liguei para o secretário. Mas, mais uma vez, não conseguimos ter o encaminhamento se vai haver ou não essa UTI. Faço aqui um apelo ao secretário estadual de saúde, Cipriano Maia, para que coloque o Hospital Regional de Assu no mapa do RN e da Secretaria de Saúde”.

Isolda Dantas (PT) também subscreveu a fala da deputada Eudiane Macedo. “Se tem uma coisa que Fátima não está tendo é medo, muito pelo contrário. Me impressiona muito falar de medo da governadora e não falar dos absurdos do Governo Bolsonaro. Me estranha inclusive as ausências de pessoas tão eloquentes para falar das ações do Governo do Estado e a omissão ao governo federal à absoluta cedência à pressão da economia. Eu não sou adepta da dicotomia entre vida e economia, não se faz economia sem gente”.

A parlamentar aproveitou para comentar a reunião ministerial. “É de causar terror”, disse. Isolda resgatou alguns dos trechos da reunião com destaque para a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Ele dizer que não tem como ajudar as pequenas empresas porque vai perder dinheiro e que ganhar dinheiro é investir em grandes empresas. É lógico que o governo tem que ajudar as pequenas empresas. Ele também chamou os servidores de inimigos”, contou.

A deputada também repudiou as falas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, do próprio presidente da República e dos outros participantes. “Na condição de agente política eu tenho que dizer que é inaceitável, é constrangedor, é perigoso o teor dessa reunião”.

O deputado Coronel Azevedo (PSC) aproveitou para reiterar a postura dele de apoio ao Governo Federal e criticar o governo estadual. “Sei que é tempo de união contra a pandemia do Coronavírus. Mas a palavra união, como ato, efeito e junção se impõe como compartilhamento. De atitudes, gestos e ações. Lembro que o Governo do presidente Jair Bolsonaro enviou esta semana 80 respiradores, sendo 40 para o Estado e 40 para Natal. E, mais uma vez, a governadora tentou tomar na marra méritos da mesma forma que fez ao falar do auxílio emergencial sem citar que é um programa do Governo Federal”, disse.

“Enquanto Fátima ainda empunha a sua bandeira partidária do Governo do Estado, o Governo Federal apoia o Rio Grande do Norte sem revanchismos contra quem lhe destila ódio. Ao invés de querer dar visibilidade a méritos que não são seus, a governadora Fátima deveria ter mais atenção em colocar para funcionar o Hospital de Campanha do Estado. Gostaria de entender esse contrato do governo estadual, que previa a utilização dos leitos no tratamento de pacientes com o coronavírus, mas, vejam só, não previam que fossem custeados os respiradores, fundamentais para o tratamento dos pacientes graves da Covid-19”, acrescentou o deputado.

Diferente dos demais parlamentares, que falaram da postura do Executivo estadual e federal diante da pandemia, o deputado estadual Ubaldo Fernandes (PL) tratou da defesa do idoso e chamou atenção das autoridades do Rio Grande do Norte e de Natal para os abrigos de idosos, diante da pandemia. Ele destaca que a covid-19 vem se alastrando a cada dia e começa também a chegar aos abrigos de acolhimento dos idosos.