Bairro de Fortaleza tem mais casos de coronavírus do que alguns estados

Meireles, o bairro onde o novo coronavírus começou a circular, tem 166 casos da doença. — Foto: Reprodução/TV Globo

Por Jornal Nacional — O número de casos da Covid-19 no Ceará passou nesta terça-feira dos 2 mil, e um determinado bairro de Fortaleza preocupa especialmente as autoridades.

Meireles, o bairro onde o novo coronavírus começou a circular em Fortaleza, tem 166 casos da doença. O número é maior do que o total de pessoas infectadas em alguns estados, como Mato Grosso (138), Mato Grosso do Sul (115) e Paraíba (136). Situação que assusta quem mora lá.

“Isso me entristece um pouco porque acho que nós como cidadãos temos que ter o cuidado, não só para com a gente mas para com os demais”, diz uma moradora.

Os primeiros casos registrados nessa região foram de moradores que tinham viajado para outros estados ou países. O bairro do Meireles fica numa área considerada nobre da capital cearense, mas, agora, o vírus também já circula pela periferia.

A proliferação em áreas mais populosas é o que mais preocupa as autoridades de saúde. Em regiões onde o distanciamento social é mais difícil de ser respeitado, a doença avança com mais velocidade e isso se reflete na ocupação dos hospitais públicos.

“Quando a gente analisa a ocupação dos leitos de UTI, ela está perto dos 90%. Então é uma ocupação muito alta, dada a alta e internação”, explica Carlos Roberto Rodrigues Sobrinho, secretário de Saúde do Ceará.

Além dos leitos, a escassez de profissionais também é motivo de preocupação. Nesta terça, 82 estudantes dos cursos de enfermagem, fisioterapia e medicina de uma universidade de Fortaleza anteciparam a formatura, que deveria acontecer só no meio do ano. Para evitar aglomeração, os estudantes colaram grau sem sair do carro.

O MEC autorizou a antecipação da formatura de quatro cursos da área de saúde em todo o país durante esse período de pandemia, desde que eles atendam a alguns requisitos, como ter cumprido 75% da carga horária prevista para o período de internato médico ou estágio supervisionado.

“A gente fez essa antecipação justamente para poder chegar junto e ajudar a população”, diz o estudante Bruno Costa, de 23 anos.