Casos confirmados de coronavírus podem aumentar 352% em uma semana no RN, diz Fiocruz

Casos projetados no RN segundo a Fiocruz em uma semana — Foto: Reprodução

Por G1 RN — O painel de monitoramento dos casos de coronavírus da Fiocruz Bahia projeta que o Rio Grande do Norte pode aumentar em 352% o número de casos confirmados no estado em uma semana. Isso significa que o RN poderia chegar a 1.113 casos na próxima segunda-feira (13), de acordo com o estudo.

Atualmente o Rio Grande do Norte tem 246 casos confirmados. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) em boletim divulgado nesta segunda-feira (6). Ao todo, são sete óbitos pela Covid-19.

As projeções do estudo da FioCruz, que são baseados em um modelo matemático, apontam que o RN pode ter até cerca de 200 casos confirmados em apenas um dia nesta semana. A taxa de casos por 100 mil habitantes no Rio Grande do Norte atualmente é de 6.96, superior à taxa nacional que é de 5.46.

O painel interativo foi lançado pela Rede CoVida e é uma iniciativa conjunta do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O projeto também tem colaboradores de diversas instituições científicas de forma solidária.

Segundo os pesquisadores, o modelo matemático serve também como forma de preparar as políticas públicas para determinadas situações de maneira antecedente. “O gestor que observa um modelo pode se antecipar na quantidade de leitos, nos tipos de leitos, nos materiais necessários e recursos humanos a serem recrutados no preparo dos sistemas e assistência à saúde”, explicou Juliane Oliveira, doutora em Matemática pela Universidade do Porto e uma das responsáveis pelo projeto.

Os pesquisadores explicam que os cálculos também contribuem para avaliar os efeitos de medidas sociais, como restrições de circulação de pessoas, isolamento social e fechamento de parte dos estabelecimentos comerciais. Por isso, o gráfico alerta que a tendência prevista pode ser alterada conforme as ações implementadas pelos estados. “Comparamos experiências anteriores e observamos padrões de comportamento humano. Assim, fazemos a previsão de uma situação com uma margem de incerteza associada”, reforçou a pesquisadora.