Municípios devem notificar Secretaria de Saúde sobre casos de intoxicação por contato com manchas de óleo no RN

Praia de Camurupim, em Nísia Flores (RN), também foi atingida por manchas de óleo — Foto: Redes Sociais

Por G1 RN — 13 municípios municípios do Rio Grande do Norte estão mobilizados para reforçar a importância da notificação de pessoas que foram intoxicadas pelas manchas de óleo encontradas nas praias do estado. Segundo a Secretaria de Saúde do RN, há um protocolo específico de atendimento para as pessoas que entraram em contato com o material.

A pauta foi abordada novamente na última sexta-feira (8), em reunião da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) com representantes das áreas de saúde de Natal, Ceará-Mirim, Parnamirim, Extremoz, Baía Formosa, Canguaretama, Nísia Floresta, Senador Georgino Avelino, Tibau do Sul, Tibau, Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros.

Na reunião, as ações que vêm sendo desenvolvidas e os cuidados que devem ser adotados também foram reforçados. De acordo com Aline Rocha, subcoordenadora de Vigilância Ambiental da SESAP, a principal proposta é sensibilizar quanto à notificação.

“É a partir delas que conseguirmos ampliar as ações que já vêm sendo desenvolvidas e criar novas estratégias para orientar à população quanto aos riscos do contato direto com a substância”, explicou Aline.

Entre as atividades já desempenhadas pela secretaria de saúde, desde que os primeiros vestígios de óleo nas praias começaram a surgir estão a integração no Gabinete de Gestão Integrada (GGI), a participação nas capacitações dos voluntários com agentes da Defesa Civil e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), o estabelecimento do fluxo de notificação por intoxicação exógena e a construção do protocolo de atendimento, o monitoramento da população afetada e o atendimento à população através do Centro de Assistência Toxicológica do RN.

Orientações

A SESAP ressalta a importância de a população evitar contato direto com a água e o solo nas regiões atingidas pelo óleo, principalmente os grupos que possuem maior vulnerabilidade, como crianças e gestantes. Quando houver contato com o óleo, mesmo que não haja o surgimento de sintomas, a população deve buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima.

A pasta também reforça que o Centro de Assistência Toxicológica do RN (Ceatox) está à disposição da população para tirar dúvidas em casos de exposição ou aparecimento de sintomas por meio dos telefones 0800 281 7005 (das 7h às 18h) e pelos WhatsApps 24h (84) 98125-1247 ou (84) 98803-4140.

Outra recomendação é avaliar os pescados oriundos das áreas atingidas. É necessário observar se possuem manchas, furos ou cortes nas superfícies. O ideal é que as brânquias do peixe estejam com a cor rosada ou vermelha intensa, brilhantes e sem viscosidade. Caso haja dúvidas sobre a qualidade do pescado ele não deve ser consumido.

As manchas de petróleo em praias do Nordeste já atingiram 427 localidades de 10 estados desde o final de agosto. Os estados em que elas apareceram são Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e, também, no Espírito Santo.

A substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas. A origem da substância poluente está sob investigação.

Gabinete de crise ambiental

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) instituiu, na última terça-feira (5), um gabinete de crise em razão da poluição de praias, estuários e áreas de mangue no estado, em decorrência do lançamento de petróleo em águas oceânicas brasileiras.

O Gabinete de Crise Ambiental terá atuação em regime de Força-Tarefa Interestadual integrada pelos Ministérios Públicos do RN, de Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Paraíba.