Tartaruga morre após ser contaminada por óleo no litoral Sul potiguar

Tartaruga foi encontrada com vida em Sagi, RN, mas não resistiu à contaminação pelo óleo e morreu — Foto: Projeto Cetáceos da Costa Branca

Por Rafael Barbosa e Igor Jácome, G1 RN

Uma tartaruga suja de óleo foi encontrada nesta terça-feira (8) na praia de Sagi, no município de Baía Formosa, litoral Sul potiguar. O animal da espécie Chelonia mydas, ou tartaruga verde, estava vivo foi recolhido por biólogos do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), porém não resistiu à intoxicação e morreu. É a quarta tartaruga encontrada nessa situação no RN após o aparecimento de óleo nas praias.

“Estava com 100% do corpo contaminado”, afirma o biólogo Flávio Lima, que coordena o projeto. Ele disse que outras três tartarugas foram localizadas em faixas de areia no RN nesta terça. Uma delas estava na Redinha, a outra na Praia de Areia Preta e a terceira em Tabatinga. As duas primeiras, que estavam mortas, não apresentavam óleo no organismo. A outra estava viva e aparentemente não está contaminada, mas exames ainda vão revelar se há a presença nos órgãos internos.

Outras três tartarugas foram encontradas sujas com essa substância em território potiguar até a semana passada, após o aparecimento das manchas de óleo nas praias. A primeira foi achada por um agente de turismo, no dia 10 de setembro, em Jacumã, litoral Norte. Ele e um amigo usaram pedaços de madeira para remover as manchas que estavam cobrindo a tartaruga. Após limpar o animal, trabalho que demorou quase uma hora, a devolveram ao mar.

Outras duas delas estavam na Redinha, também no litoral Norte. Uma foi encontrada morta, no dia 21 de setembro, e a outra com vida, dois dias depois.

De acordo com o Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), esta última foi submetida a uma avaliação clínica. Verificou-se que o animal estava “completamente coberto” pelo óleo e, embora responsivo inicialmente, apresentava “elevado nível” de estresse e dificuldade de respiração.

IDEMA busca alternativas para limpeza e destinação de óleo

As prefeituras do Rio Grande do Norte enfrentam dificuldades para limpar as praias e dar a destinação correta às manchas de óleo que surgiram no litoral do estado, segundo o diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado (IDEMA), Leon Aguiar. O órgão afirma que, além de orientar o recolhimento, está buscando alternativas para o descarte correto do petróleo cru.

Uma reunião do IDEMA com 11 prefeituras e órgãos federais foi marcada para esta quarta-feira (9), para discutir soluções para a limpeza das praias. Responsáveis pela limpeza, os municípios alegam que não têm condições de realizar o trabalho, por falta de recursos.

Duas possibilidade em análise são a queima ou o uso do material no processo de produção de asfalto no estado.