Filha afirma que Flordelis sabia de plano para matar marido, diz jornal

A deputada federal Flordelis, de óculos escuros, durante o enterro do corpo de seu marido, o pastor Anderson do Carmo — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Caio Coletti
Do UOL, em São Paulo

Marzy Teixeira da Silva, uma das filhas adotivas da pastora e deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, disse em depoimento à Polícia Civil, em 24 de junho, que a mãe sabia do seu plano para matar o pai, o pastor Anderson do Carmo. As informações são do Extra.

A testemunha confirmou que pediu a um dos irmãos, Lucas Cézar dos Santos, para matar o pai. No mesmo dia, o próprio Lucas corroborou parte da história aos policiais.

Marzy afirmou que, em conversa pelo WhatsApp, ofereceu R$ 10 mil a Lucas para matar Anderson. Ela contou que pretendia pagar a quantia com dinheiro que furtaria do próprio pastor. Marzy alegou que Lucas aceitou o combinado, e disse que pretendia assassinar Anderson dentro da casa da família, em Pendotiba, Niterói.

A filha adotiva de Flordelis comentou que discordou da ideia, e pediu que Lucas matasse o pastor fosse no caminho da igreja para casa, simulando um assalto. Marzy disse que, no mesmo dia, viu Anderson muito agitado, e por isso diminuiu o “pagamento” de Lucas para R$ 5 mil, mais três relógios da vítima.

A testemunha afirmou ainda que Lucas aceitou a segunda proposta, o que o próprio negou em seu depoimento. Marzy relatou que se arrependeu, e ligou para o irmão, pedindo que ele não desse prosseguimento ao plano.

A filha de Flordelis também disse que, quando contou à mãe sobre o seu plano para matar Anderson, a deputada disse apenas que não tinha dinheiro, e alertou à filha para que não fizesse nada de que se arrependesse depois.

Ainda de acordo com Marzy, o próprio pastor descobriu que estavam planejando sua morte. Anderson disse à filha que colocaria grampos em todos os telefones da casa, o que levou Marzy a comprar um novo chip de celular para falar com a mãe. Flordelis também usava outro chip para falar com a filha.

Marzy também alegou que a deputada a pediu para apagar todas as conversas no WhatsApp que relatavam o plano para a morte do pastor. A testemunha afirmou ter planejado a morte de Anderson por raiva.

Ela admitiu ter roubado R$ 5 mil da casa de um dos irmãos, e afirmou ter sofrido retaliações do pai. Além disso, alegou que Flordelis a contou que o pastor havia tentado abusar sexualmente de uma das netas.