Torcedor do Botafogo-PB morre após dar entrada em hospital da Grande Natal

Hospital Municipal Dr. Percílio Alves, em Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi

Por Igor Jácome, G1 RN

Um torcedor do Botafogo da Paraíba morreu após dar entrada no Hospital Municipal Dr. Percílio Alves, em Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal, na noite deste sábado (11). Segundo a família, o homem foi espancado por policiais militares. A corporação afirmou que deverá se pronunciar sobre o caso após a investigação que será feita pela Polícia Civil.

De acordo com a guia de solicitação de exame cadavérico assinado pela equipe médica do hospital, o homem de 27 anos tinha marcas de contusão no tórax e no rosto, além de intoxicação alcoólica e indícios de uso de drogas ilícitas.

O torcedor foi identificado como o auxiliar de serralheiro Eduardo Feliciano Justino da Silva, natural de João Pessoa. Ele veio veio ao Rio Grande do Norte numa caravana de torcida organizada para o jogo contra o Globo FC, pela Série C do Campeonato Brasileiro de futebol, marcado para 19h15 deste sábado (11) no estádio Barretão. A partida acabou com vitória do time paraibano por 3 a 0.

Porém o rapaz sequer chegou a assistir à disputa esportiva, porque precisou de atendimento médico. Ele deu entrada no hospital às 20h02, de acordo com a guia, confirmada pelo serviço social da unidade, apresentando rebaixamento de nível de consciência. Apesar das tentativas de socorro, ele não resistiu e morreu.

Segundo a família, o homem foi espancado por policiais militares depois de ter pulado o muro do estádio. “Os colegas disseram que ele pulou o muro com outros meninos. Quando ele voltou, deu de cara com um grupo de policiais. Bateram até ele desmaiar, deram jato de spray de pimenta. Não precisavam ter feito isso. Tem um hematoma muito feio no olho e outro no tórax”, afirmou o irmão de Eduardo, o pintor de automóveis Marcelo Feliciano, de 39 anos, que veio a Natal com outros irmãos para liberar o corpo. De acordo com ele, a família quer uma investigação rápida sobre o caso.

A Polícia Militar informou que a princípio não houve registro de confronto entre torcidas, nem entre torcedores e policiais, apenas “manobras de contenção”, para manter a ordem. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o caso da vítima foi registrado e será investigado pela Polícia Civil. Só após isso a corporação deverá se manifestar oficialmente.

Até a publicação desta matéria, o G1 não conseguiu contato a torcida Fúria Independente.