Zenaide cobra do Governo Federal plano emergencial para o desenvolvimento do país que gere emprego e renda

Zenaide Maia cobrou uma nova postura em relação à política monetária do Banco Central — Foto: Fernando Oliveira

Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (25), a senadora Zenaide Maia cobrou do Governo Federal um plano de geração de emprego e renda em vez de continuar reforçando o caixa dos bancos que, ano a ano, só aumentam seus lucros. “Aqui, não estamos defendendo o partido A ou B; estamos defendendo o país!”, afirmou. A audiência pública reuniu especialistas para debater a dívida pública e seus desdobramentos na economia brasileira. Zenaide cobrou uma nova postura em relação à política monetária do Banco Central, que, em sua opinião, remunera excessivamente a sobra de caixa dos bancos, fazendo com que se torne “desinteressante” para as instituições financeiras investir na economia.

A senadora lembrou que o pagamento da dívida (juros e amortizações) elimina a capacidade de o país investir nas áreas de educação, saúde, segurança pública e infraestrutura. “Em 2017, quase 50% do orçamento do país foi para pagar juros aos bancos, em detrimento do desenvolvimento do Brasil. Isso é inadmissível”, destacou a parlamentar. Neste ano, entrou em vigor a PEC dos gastos, que congelou, por 20 anos, os investimentos nas áreas sociais. “Pela primeira vez na minha vida, eu vejo a população pedir mais recursos para segurança pública do que para saúde e o governo destina hoje apenas 0,5% do orçamento para esta área”, destaca a senadora, que é autora da PEC 44/2019, que determina a aplicação, de forma progressiva, de um mínimo de recursos do Orçamento para serem investidos no Sistema Único de Segurança Pública, chegando, em quatro anos, em 2,5% da receita corrente líquida da União.

A parlamentar quis saber por que o governo não segue o exemplo dos países desenvolvidos, como o Japão, por exemplo, que se endivida para investir em infraestrutura. “Se pararmos de remunerar os caixas dos bancos, eles terão que investir na indústria, na agricultura familiar, na construção civil, que emprega desde o trabalhador mais simples até o engenheiro civil…”, enfatizou. Ela também questiona por que a redução da taxa Selic não chega à população: “Eu, como dona de casa, não consigo sentir a queda da inflação nas minhas compras de mercado, na minha feira semanal. O que vemos é que a inflação baixa por causa da recessão: sem emprego, a população não compra, o comércio quebra e a indústria não investe”.

Para a parlamentar, da mesma forma que a reforma trabalhista desmontou a CLT com o argumento de gerar emprego e renda, o que não acontece, a Reforma da Previdência, da forma como foi encaminhada pelo governo, com a desculpa de retirar privilégios, vai apenas jogar a conta nas costas dos menos favorecidos.