Papa Francisco lava pés de presidiários em ritual de Quinta-feira Santa

Papa Francisco lava os pés de um preso na prisão Velletri, em Roma, durante as celebrações da Quinta-feira Santa — Foto: Handout/Vatican Media/AFP

Do G1 — O Papa Francisco lavou e beijou os pés de 12 prisioneiros em um ritual tradicional de Quinta-feira Santa, nesta quinta (18), em uma prisão na cidade de Velletri, a cerca de 60 km de Roma. Um dos 12 presidiários era um brasileiro, segundo a agência de notícias Reuters, mas o nome não foi divulgado.

Durante o ritual, o pontífice disse a eles que evitem qualquer estrutura de hierarquia interna ou lei dos mais fortes e ajudem uns aos outros. Além do brasileiro, nove italianos, um marroquino e um marfinense tiveram os pés lavados. O Vaticano também não divulgou as religiões deles.

É a quinta vez desde sua ascensão ao papado, em 2013, que ele faz esse gesto, que comemora a humildade de Jesus para com seus apóstolos na noite anterior à sua morte, na cadeia.

Francisco quebrou com a tradição de seus antecessores: enquanto eles costumavam realizar o rito em uma das grandes basílicas de Roma, lavando os pés de 12 sacerdotes, o Papa transferiu-o para locais de confinamento, como prisões, centros de imigrantes ou casas de idosos. No passado, católicos conservadores criticaram o Papa por lavar os pés de mulheres e de presos muçulmanos.

A prisão de Velletri, superlotada como a maioria das prisões italianas, detém, na maior parte, estrangeiros por crimes comuns. Uma seção dela tem, no entanto, prisioneiros que colaboraram com os investigadores e, assim, recebem proteção especial.

Papa Francisco beija o pé de um presidiário na prisão Velletri, em Roma, durante as celebrações da Quinta-feira Santa — Foto: Handout/Vatican Media/AFP

Missa da Quinta-feira Santa

Mais cedo nesta quinta (18), o pontífice também iniciou o período mais solene no calendário de celebrações católicas: rezou a missa de Quinta-feira Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Durante a missa, o Papa abençoou os óleos sagrados que serão usados ​​ao longo do ano na administração dos sacramentos, segundo a agência de notícias Associated Press. Na homilia (sermão religioso), Francisco ressaltou que, quando os sacerdotes usam o óleo, estão distribuindo sua vocação e coração ao povo de Deus.

“Nós ungimos sujando as mãos ao tocar as feridas, os pecados e as preocupações das pessoas. Ungimos perfumando nossas mãos ao tocar sua fé, suas esperanças, sua fidelidade e a generosidade incondicional de sua doação de si”, disse Francisco.

Na sexta-feira, preside a procissão da Via-Sacra no Coliseu de Roma, reencenando a crucificação de Cristo, seguida pela Vigília Pascal e o Domingo de Páscoa.

Nesta terça (16), Francisco também ofereceu condolências aos fiéis franceses pelo incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris. Segundo a Associated Press, o pontífice recebeu, na quarta-feira, uma ligação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oferecendo as condolências do povo americano pela perda.