Audiência busca soluções para descontinuidade da assistência médica no RN

A finalidade foi buscar soluções para os problemas de fixação e descontinuidade da assistência médica no Estado — Foto: João Gilberto

Por proposição do deputado Francisco do PT, foi realizada na tarde desta segunda feira (01) audiência pública sobre o Programa Mais Médicos no Rio Grande do Norte. A finalidade do evento foi buscar soluções para os problemas de fixação e descontinuidade da assistência médica no interior do Estado.

De acordo com Francisco do PT, as recentes mudanças em torno do Programa Mais Médicos deixaram uma lacuna ainda maior a afetar os municípios. “Diversos municípios inclusive a capital está com dificuldades para encontrar profissionais médicos. Essa lacuna deixa a população desassistida. As regiões com maior vulnerabilidade social são as mais afetadas. “ Argumentou o deputado.

Para a deputada Isolda Dantas (PT), o debate deve ser mais amplo pois não se trata apenas de um programa social. “ Esse é um debate sobre o SUS. É preciso interiorizar os cursos de medicina com qualidade no sentido de formar profissionais para atuar no SUS e não apenas em clínicas. ” Defendeu a deputada

Representando a Secretaria de Saúde do Estado (SESAP), o secretário adjunto Petrone Espineli concordou que a relação entre médicos e população é muito baixa, pois falta profissionais para atender a demanda. “ Precisamos formar mais médicos. Houve um processo de migração dos profissionais dos municípios para o Programa Mais Médicos e isso causou problemas, uma vez que alguns municípios fizeram reposição, porém muitos não conseguiram fazer em tempo hábil e isso implica em perda de recursos. “ Afirmou o secretário.

O presidente do Conselho Regional de Medicina, Marcos Lima de Freitas, fez o contraponto do debate. Para ele, não são os médicos que não querem ir para o interior nem tampouco é a escassez de profissionais. “É preciso estudar muito mais para resolver esses problemas. É preciso saber se existem condições de trabalho para atuação dos profissionais. Muitas vezes um médico não tem as condições mínimas para fazer um diagnóstico. “ Argumentou Marcos.

Já para a presidente do conselho dos secretários municipais de saúde, Débora Costa, o problema não está nos municípios. “ Não é verdade que falta estrutura nos municípios. Na capital, muitos postos de atendimento não tem estrutura, mas os médicos ficam. É preciso analisar outros fatores, como por exemplo a carga horária e os salários que são oferecidos.” Concluiu a secretária.