Esquerda precisa assumir erros e respeitar democracia e mercado, diz Gaspar Jr.

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon), Arnaldo Gaspar Júnior. ( Foto: José Aldenir / Agora RN )

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon), Arnaldo Gaspar Júnior, criticou a esquerda política do País por não admitir, segundo ele, erros cometidos durante os governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. De acordo com o empresário, um mea-culpa modernizaria a esquerda brasileira.

“A esquerda é muito culpada pelo que está acontecendo. Não só pelos erros que cometeu, pois também houve muitos acertos, mas pela incapacidade de fazer um mea-culpa e de assumir [posicionamento] em temas simples”, opinou, em entrevista à 94 FM.

O empresário cobrou que os grupos desse espectro político assumam determinadas posturas. “Por que a esquerda é incapaz de dizer que o governo [Nicolás] Maduro, na Venezuela, é uma porcaria? Por que tem tanta dificuldade de dizer que Cuba é uma ditadura? Que mal isso traria para a esquerda brasileira? Isso qualificaria para ser uma esquerda moderna”, argumentou, em entrevista à 94 FM.

Ainda na opinião de Arnaldo Gaspar Júnior, a esquerda tem de se adequar à realidade mundial formatada após a dissolução da União Soviética. “Uma esquerda humanitária é necessária. É preciso uma esquerda que queira mais igualdade, mais inclusão, mas sabendo que tem de respeitar a economia de mercado e a democracia, que foram vencedoras na história”, assinala.

Para o presidente do Sinduscon, a ausência do mea-culpa e a não adaptação à democracia e à economia por parte da esquerda fortaleceu o outro espectro político: a extrema direita. “A esquerda criou o ovo da serpente, que é a direita radical, e agora não sabemos aonde vamos parar”, endossou.

Arnaldo Gaspar Júnior defendeu a eleição de um candidato de centro. “Torço para que a gente não vá nem para a esquerda nem para a extrema direita. Torço para que a gente se posicione no centro, até porque a renovação no Congresso Nacional vai ser pequena. Não podemos ter pessoas [na Presidência] que não saibam lidar com o Congresso que virá, cheio de cobras criadas”, finalizou.