Novo partido de Jair Bolsonaro é o menos transparente do país

Ranking inédito mostra que partidos brasileiros não divulgam informações básicas (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

O Partido Social Liberal (PSL), nova casa do deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro, divide com o Partido da Causa Operária (PCO) o título de sigla menos transparente do Brasil, de acordo com um levantamento inédito divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Movimento Transparência Partidária.

No entanto, nenhum dos partidos políticos brasileiros pode se gabar de ter apresentado bons resultados: em uma escala de 0 a 10, a maior nota foi do Novo, de 2,5.

Tanto o PSL quanto o PCO conseguiram zerar o ranking já que não divulgam nenhum dos dados pesquisados pelo Transparência Partidária.

De acordo com o cientista político Humberto Dantas, coordenador da pesquisa, nenhum dos critérios é uma exigência “fora da realidade”. “São as informações que eu, enquanto cidadão, mereceria saber se quisesse me filiar a esse partido”, afirma.

O cientista político Marcelo Issa, coordenador do Movimento Transparência Partidária, ressalta que boa parte das informações que fazem parte da lista já estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a relação de filiados dos partidos, por exemplo.

“Nós achamos que os partidos não divulgam essas informações porque nenhum outro divulga. Então, a intenção com esse levantamento é justamente premiar com visibilidade as legendas que mostrem estar se esforçando para serem mais transparentes com a população”, argumenta.

Critérios

Para fazer o cálculo do ranking, o Transparência partidária dividiu as exigências de divulgação em quatro grandes eixos, cada um deles com quatro critérios básicos:

CONTABILIDADE: receitas, despesas, patrimônio e formato do dado

DIRIGENTES E FILIADOS: relação de filiados, lista de dirigentes, histórico dos dirigentes e relação dos candidatos

PROCEDIMENTOS: regras para ocupação de cargos nos partidos, para a escolha dos candidatos nas eleições, para aplicação dos recursos do partido e composição do comitê de ética

ESTRUTURA PARTIDÁRIA: relação dos órgãos decisórios e executivos, portal específico da fundação com contabilidade, relação de contratados do partido com salário e agenda de atividades dos dirigentes.

Cada um dos critérios recebe uma nota de até 2,5. Assim, cada eixo tem uma nota máxima de 10. O resultado final é calculado obtendo-se a média entre os quatro eixos.

Fonte: Exame