Sobreviventes voltam ao local do acidente com o voo da Chapecoense

Allan Rushell e Neto observam exatamente onde o avião da Chapecoense caiu e como foi difícil realizar o resgate (Foto: Joaquin Sarmiento/AFP)

Da Gazeta Press – Dia 28 de novembro do ano passado, o avião com a delegação da Chapecoense e jornalistas caiu próximo a Medellín, onde a equipe catarinense disputaria a primeira final da Copa Sul-Americana, com o Atlético Nacional. Nessa quarta, às 21h45 (horário de Brasília), os dois clubes, enfim, se enfrentarão no estádio Atanasio Girardot, dessa vez pelo duelo de volta da decisão da Recopa Sul-Americana. A Chape tem a vantagem de ter vencido na Arena Condá por 2 a 1.

Antes mesmo da bola rolar, porém, as emoções já foram das mais fortes com a visita dos jogadores Jakson Follmann, Alan Ruschel e Neto, e do jornalista Rafael Hanzel, os quatro brasileiros sobreviventes do acidente, ao local em que a aeronave caiu e ao hospital San Vicente Fundación, onde todos foram atendidos até que reunissem condições de voltar ao Brasil.

AFP PHOTO / Joaquin Sarmiento

“Só o amor. O amor é universal, não tem língua, raça, cor, religião. O amor supera todas as coisas. Quando a pessoa ama, não precisa saber o que estamos falando. O gesto fala mais do que palavras. A gente recebeu todo esse carinho já na tragédia. A gente está tentando contribuir um pouco do que eles fizeram por nós, que foi inimaginável, incrível e temos um carinho que será eterno. Enquanto estivermos vivos, vamos retribuir”, comentou Neto, à Fox Sports, e teve discurso compartilhado por Follmann.

“Bastante emocionante, um dia que vai ficar marcado em nossas vidas. A gente está até comentando, Deus pôde nos trazer de volta à Colômbia. Passa um filme na nossa cabeça e a gente precisava ver tudo aquilo. A gente sabe que foi muito difícil o resgate, mas, indo ao local, a gente viu que é o dobro, muito mais difícil do que a gente imaginava. A gente tinha uma noção, mas não sabia que era tão difícil chegar lá. A gente estava com os bombeiros, os policiais, e eles foram anjos da guarda, porque conseguir tirar a gente de lá… Foram anjos que Deus colocou nas nossas vidas”, disse o ex-goleiro reserva da Chape.

Foto: Joaquin Sarmiento/AFP

Jakson Follmann, aliás, viveu uma noite especial depois de encontrar o policial que fez seu resgate em meio a lama, na cidade de La Union, palco de diversas homenagens na noite dessa terça e também da entrega de alguns pertences e objetos que foram recolhidos durante todo o trabalho dos órgãos competentes.

“Estou muito feliz por ter encontrado o Nelson (policial), o anjo da guarda que Deus colocou na minha vida. Ontem, quando ele chegou no hotel, eu fui abraçá-lo e gelou meu corpo dos pés à cabeça. Vai ficar marcado para o resto da minha vida. É um dia muito especial para mim, porque estou podendo reencontrar o Nelson em outras condições, em outro estado. Só tenho que dizer muito obrigado ao Nelson, ao povo colombiano e a todos”, reiterou Follmann, que perdeu parte de uma de suas pernas.

Foto: Joaquin Sarmiento/AFP