Planalto vai usar suspeitas de fraudes na PGR para atacar Janot e Joesley

Assessores e aliados políticos de Temer estão eufóricos - (Reprodução/Estadão)
Assessores diretos do presidente Michel Temer já estão em contato direto com a China para comunicar o chefe sobre a bomba anunciada nesta segunda-feira, 4, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele informou que foram encontradas gravações suspeitas entregues pelo grupo JBS que mostram sérias irregularidades na PGR e no Supremo Tribunal Federal.

O Planalto acredita que, com esses fatos novos, tentará desqualificar Joesley Batista como delator e inviabilizar a esperada segunda denúncia de Janot contra Temer. A ordem entre os assessores do presidente é levantar o máximo possível de informações sobre as descobertas da PGR, que comprometeria uma pessoa do STF, um parlamentar e um ex-procurador da República Marcello Miller, que trabalhou direto com Janot.

As irregularidades foram descobertas a partir de um áudio com conversa entre dois delatores da JBS que chegou à PGR na quinta-feira. 31 de agosto. O procurador-geral, a gravação foi entregue, aparentemente por engano, nos anexos da delação dos controladores da JBS. Diante disso, Janot afirmou que a PGR abriu um investigação interna e pode rever a delação premiada de três dos sete executivos do grupo comandado por Joesley e Wesley Batista.

Euforia

Assessores e aliados políticos de Temer estão eufóricos. Da China, o presidente avisou aos mais próximos que, agora, está com todos os argumentos para conter “as flechas” de Janot. Ele acredita que o acusador ficou desmoralizado ao admitir indícios de irregularidades nas negociações para as delações da JBS. O presidente também acredita que poderá partir com tudo para cima de Joesley, que o chamou de “ladrão-geral da República”.