Governo teme que barreira americana à carne seja adotada por outros países

Ministro da Agricultura disse que houve perda de confiança de clientes com a carne brasileira - REPRODUÇÃO

BRASÍLIA – Sob ameaça de perder mercados importantes para a carne brasileira, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai tentar se encontrar, já na próxima semana, com autoridades norte-americanas. O receio é de que a proibição à compra de carne bovina in natura (fresca) do Brasil, anunciada na quinta-feira pelo Departamento de Agricultura americano, o USDA, provoque um efeito em cadeia e acabe fechando portas para o produto brasileiro em outros países.

A decisão americana foi motivada pela identificação de abscessos na carne – espécie de cisto que, de acordo com o Ministério da Agricultura, é resultado de reações a componentes da vacina contra a febre aftosa. O secretário de Agricultura americano, Sonny Perdue, determinou diretamente a suspensão da compra da carne, até que o Brasil adote medidas consideradas satisfatórias.

O embargo temporário dos EUA foi mais um entrave num mercado que ficou extremamente fragilizado pelas consequências da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal. A preocupação aumenta pelo fato de os EUA servirem de referência internacional. “Comemoramos muito, quando saiu, a equivalência sanitária com os EUA, que é referência. Com a decisão (do embargo), outros mercados ficam em alerta”, disse secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki.