Descoberta de novo campo de petróleo pode mudar rumo da história do RN, diz gerente da Petrobras

Gerente geral da Unidade Operacional da Petrobras no RN, Tuerte Amaral Rolim - Foto: Valéria Lima
Por Valéria Lima
Mossoró Hoje
Uma novidade promete aquecer o setor petrolífero do Rio Grande do Norte em breve. O Ativo Industrial de Guamaré, que trata e processa todo o óleo bruto extraído no Estado, aposta na descoberta de novos poços de petróleo, em águas profundas, localizados no campo de Pitu, área também situada na Costa Branca Potiguar.
A informação foi revelada pelo gerente geral da Unidade Operacional da Petrobras no Rio Grande do Norte, Tuerte Amaral Rolim, nesta sexta-feira (01), durante apresentação do pólo à imprensa potiguar.
“A área de Pitu foi descoberta e hoje se encontra em fase exploratória, perfuramos dois poços e no momento estamos vendo a avaliação do modelo geológico daquela área, então é uma área que pode despontar ali como o futuro para a produção do petróleo do RN”, explicou Rolim.
Caso as expectativas se confirmem, segundo Rolim, o campo pode alavancar a produção de petróleo no Estado – que caiu nos últimos anos de mais de 100 mil barris por dia para os atuais 48 mil barris por dia.
“A viabilização dessa área pode mudar o rumo da história do estado do Rio Grande do Norte, em termos de produção de petróleo, só para lembrar que nessa área temos parceria com a British Petroleum e com a Galp”, afirmou.
A Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), que agora integra o Ativo Industrial de Guamaré, tem capacidade para produzir 45 mil barris de petróleo por dia. Inaugurada no ano de 2009, pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a unidade é uma das mais importantes do Nordeste, mesmo sendo de médio porte.
É na RPCC que é tratado e processado todo o petróleo produzido em campos marítimos e terrestres no Rio Grande do Norte. São 66 concessões em terra e 12 no mar.
A produção de petróleo é advinda de municípios como Alto dos Rodrigues, Assú, Carnaubais, Macau e Mossoró. Só a capital do Oeste manda, diariamente, para a refinaria 100 mil metros cúbicos de óleo bruto.
A refinaria produz toda a gasolina consumida no Rio Grande do Norte e o querosene de aviação distribuído para o mercado potiguar e cearense.
Tuerte Amaral Rolim afirma que a Petrobras investirá ainda em 2017, R$ 800 milhões no Ativo Industrial de Guamaré – valor, segundo Rolim, superior ao custo total do Aeroporto de Natal, que é de R$ 500 milhões. “É um [valor] bastante considerável, eu destacaria também que a Petrobras coloca nas suas atividades de operação adicionalmente R$ 1,6 milhões”, destacou.

Reestruturação da RPCC
A Petrobras consolidou nos últimos meses a reestruturação de algumas unidades em todo o país. Uma delas é a Refinaria Potiguar Clara Camarão, que a partir de então, integra o Ativo Industrial de Guamaré, formado ainda pela Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos (UTPF), da Unidade Operacional do Rio Grande do Norte e Ceará.

Esse complexo industrial abriga ainda o Terminal Aquaviário de Guamaré (Transpetro), a base da Petrobras Distribuidora, além do Centro de Defesa Ambiental (CDA) e do Parque Eólico de Mangue Seco.

Essa reestruturação, anunciada em agosto de 2016 pela empreiteira, causou polêmica – fazendo surgir hipóteses sobre uma possível “quebra” da refinaria e, conseguinte, decadência da Petrobras no Rio Grande do Norte. Supostas demissões também acaloraram a discussão sobre a mudança.

De forma enfática, Tuerte Amaral Rolim descartou qualquer possibilidade de demissões e da suposta decadência da empreiteira no Estado. Segundo ele, a reestruturação implantada pela Petrobras tornou-se necessária por conta da crise financeira. Mas, que isso, não significa o fim da Refinaria Clara Camarão, tampouco da produção de petróleo no RN.

“É simplesmente uma mudança no modelo de gestão, onde os processos foram integrados e as interfaces eliminadas, buscando obviamente gerar economia para a Petrobras, não haverá demissões, a refinaria continuará operando normalmente”, disse Rolim.

O gerente geral destaca que a produção da refinaria e o valor de investimento recebido pela empreiteira também não serão alterados. “A produção segue seu curso normal, mas sabemos que toda a produção de petróleo tem seu declínio natural”, afirmou.

Esse declínio, citado pelo gerente geral, se refere à perda de produção de petróleo do RN ao longo dos anos. O Estado chegou a produzir mais de 100 mil barris de petróleo por dia e atualmente, produz 48 mil barris de petróleo por dia.

“É um declínio natural, e que para fazer frente a isso, nossas equipes estão trabalhando, diuturnamente, buscando novas metodologias, novas tecnologias, e vamos continuar maximizando essa produção”, explicou.

A Refinaria Potiguar Clara Camarão produz gasolina, QAV (querosene para aeronaves), diesel, gás natural e óleo combustível para indústria pesada. Só este ano, a refinaria bateu dois recordes de produção de QAV. Atualmente, a unidade tem capacidade de atender a uma demanda de 21 mil metros cúbicos por mês de querosene de aviação.