Styvenson: “Experiência política que me cobram levou o Brasil para onde?”

Styvenson recebeu convite de seis partidos (Foto: José Aldenir/Agora Imagens)

O capitão da Polícia Militar, Styvenson Valentim, deve ser candidato ao Senado Federal neste ano. E o “deve” já não é fruto de especulação de bastidor e sim da falta de confirmação sobre que sigla vai homologar a sua candidatura. Nesta entrevista ao Jornal Agora RN, o ex-comandante da 1ª Companhia da PM e ex-coordenador da Lei Seca no RN critica a polarização entre direita e esquerda, descarta a comparação entre as blitzen e campanha eleitoral e responde aqueles que cobram dele uma suposta “experiência política” para ser candidato: “Essa experiência levou o Brasil para onde? Tenho é experiência profissional”. Vejam a entrevista completa do capitão da Polícia Militar, Styvenson Valentim.

CANDIDATURA

Assinei minha descompatibilização de funções e já não sou mais comandante da 1ª Companhia da PM. A Escola Estadual Maria Ilka vai passar por uma nova fase. Deixei lá os policiais militares, para permanecer fazendo o trabalho e vou continuar ajudando a escola. Consegui, além de tênis e sapatos, os painéis de energia solar para o ar condicionado. E vou pensar até o dia 20 sobre os seis partidos que me procuraram para fazer essa escolha, para dizer se vou ou se não vou para essa campanha. Mas já posso dizer que sou hoje pré-candidato.

EXPERIÊNCIA POLÍTICA

Não tenho “experiência política” não que me cobram. Tenho experiência profissional em segurança pública. E que experiência é essa que tanto falam? Para mim, quem tem experiência é profissional, como padeiro, advogado, médico. Político não é profissão. Quem tem profissão é quem escolhe. Que experiência é essa que pedem? De aparecer em páginas de escândalos de desvios de dinheiro? Experiência de anos sem fazer nada, inócuo, inerte? Essa aí eu não tenho mesmo. A experiência política que me cobram levou o Brasil para onde? O que ela trouxe de bom para o Rio Grande do Norte? Não tenho um nome experiente com processos no Tribunal de Justiça, no Supremo Tribunal Federal. Não tenho meu nome citado em escândalos nacionais. Tenho minha experiência na Polícia Militar e na educação, no trabalho que desempenhei na Escola Estadual Maria Ilka. E quem não conhece, é só pesquisar.

OPÇÃO PELO SENADO

Me identifico com a questão legislativa, fiscalizadora do Senado, de julgar e processar pessoas que se acham acima da lei. Tem um princípio que acho legal do Senado que é a questão da igualdade. São três senadores por estado, não é oito nem 80, como na Câmara dos Deputados.

ADVERSÁRIOS

Percebo que sentem medo, justamente, dessa ameaça que está presente hoje. Não só por mim, mas pela vontade das pessoas, que vão votar e eleger. Não me preocupo com a ideia do que vão falar, do que vão me atacar. Minha vida é muito transparente.

TRABALHO SE ELEITO

Como eu cheguei até aqui. Fazendo sempre a coisa certa e transparente. Fazendo a coisa para todos. Não dá para tratar a coisa pública como particular. Vou logo dizendo que não tenho dinheiro para dar para ninguém. Até aparece uns parasitas oportunistas. Estou até esperando que se eu entrar alguém faça uma proposta dessa para ver se tem coragem. No mínimo darei uma ordem de prisão, se não levar umas tapas boas.

BLITZ COM POLÍTICA

Não dá para comparar. As blitzen que comandei obedeciam a princípios constitucionais, como legalidade, moralidade, eficiência, igualdade, transparência, coisa que não se observa na política. Nunca precisei usar a força física contra ninguém na blitz. Mas não sou passivo demais com coisas erradas. Se vier proposta de corrupto, vai ter uma resposta firme, como sempre dei no meu trabalho. Na verdade, queria eu que a política fosse como as blitzen que fazia da Lei Seca. Tudo era feito de maneira correta e transparente. Todo mundo era tratado de maneira igual, tanto que ficou conhecida nacionalmente.

IDEOLOGIA

Não concordo com isso de direita e esquerda. Concordo em fazer o melhor. Isso de escolher um lado é para polarizar e atrapalhar tudo.

MARIA ILKA

Não deu certo em outras escolas porque sou só um e meu limite de policiamento era na 1ª companhia. Quando busquei outras escolas para fazer o mesmo, disseram que não queriam. Aquela velha nuvem: ‘aqui não precisa, está tudo seguro’.  Coloquei nas minhas redes sociais o que fiz para reformar a escola. Foram R$ 21 mil para fazer quadra de esportes, ajeitar banheiro, mesa, cozinha. Com dinheiro público? Não. Com dinheiro que fiz palestra. Poderia ser feito em outras escolas? Pode, por qualquer pessoa.

Por Ciro Marques, portal Agora RN