“Não há outra solução”, diz Cláudio Santos sobre ajuste proposto por Robinson

Desembargador Cláudio Santos, ex-presidente do Tribunal de Justiça (Foto: Reprodução)
Do Portal Agora RN – O desembargador Cláudio Santos, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ/RN), considera que “não há outra solução” para conter os efeitos da crise econômica a não ser a adoção, pelo Governo do Estado, de um conjunto de medidas de ajuste nas contas. O magistrado soltou a afirmação ao comentar o envio de um pacote fiscal para apreciação da Assembleia Legislativa pelo governador Robinson Faria (PSD).
“Eu acho que sempre é hora de se fazer os ajustes necessários. O Estado só pode gastar aquilo que arrecada. Tivemos um aumento brutal da carga tributária e isso não resolveu. Temos uma despesa sempre crescente, maior que a receita. Isso precisa ser ajustado. Acho que não há outra solução”, destacou.
Para Cláudio Santos, todos os poderes e órgãos do Estado devem ser integrados às medidas de arrocho. “A conta tem de ser paga por toda a sociedade. Quanto mais demorar, pior. Temos de fazer os ajustes necessários para que o Estado readquira seu poder de investimento”, frisa o desembargador.
CRISE NA SEGURANÇA
Na entrevista, o magistrado comentou ainda o agravamento da crise na segurança pública provocado pela paralisação de agentes das polícias Civil e Militar. Na opinião de Cláudio Santos, a “greve branca” é reflexo da “excessiva politização ideológica das polícias no Brasil”.
“Este é um movimento concatenado de esquerda no Brasil todo. Querem desmilitarizar a Polícia Militar. Isso é um risco muito grande, porque a polícia, como força pública, é baseada na hierarquia. Neste movimento paredista, a autoridade pública do governador foi agredida”, afirmou Cláudio.
O ex-presidente do TJRN acrescentou que defende, a despeito do acordo assinado entre representantes do governo e de associações que representam policiais, a adoção de procedimentos para apurar a ocorrência de crimes durante a paralisação.
“O Ministério Público não pode renunciar ao seu dever de abrir procedimentos de ocorrências de crimes por parte de todos. Eu, como magistrado, não perco minha autoridade. Isso [paralisação] não pode ir de encontro à Constituição da República”, finaliza.