Açude Gargalheiras em Acari também apresenta falhas estruturais, aponta relatório

Em 2010, açudes e barragens Norte-rio-grandenses já apresentavam falhas por falta de manutenção - © REPRODUÇÃO
De acordo com o relatório da ANA, “o açude Gargalheiras apresenta trincas na galeria e na face de montante e de jusante que percorrem todo maciço da barragem”. Jusante é o fluxo normal da água de um ponto mais alto para um ponto mais baixo. Montante é a direção de um ponto mais baixo para o mais alto. Em outras palavras, o documento da ANA especifica que a represa localizada em Acari tem rachaduras desde o sopé até o topo da estrutura.
O coordenador do DNOCS no Estado, José Eduardo Alves Wanderley, informou que o Gargalheiras faz parte do Programa de Recuperação de Barragens. Wanderley disse que a obra de restauração seria executada com fundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), todavia, o valor na ordem de R$ 1,5 milhão sofreu contingenciamento em julho deste ano por parte do governo federal. O DNOCS ainda aguarda a liberação dos recursos para começar o serviço de reparo.
O coordenador do DNOCS no Estado, José Eduardo Alves Wanderley, informou que o Gargalheiras faz parte do Programa de Recuperação de Barragens. Wanderley disse que a obra de restauração seria executada com fundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), todavia, o valor na ordem de R$ 1,5 milhão sofreu contingenciamento em julho deste por parte do governo federal. O DNOCS ainda aguarda a liberação dos recursos para começar o serviço de reforma.

Açudes e barragens precisam de manutenção

Segundo Relatório de Fiscalização Preventiva Integrada, elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), DNOCS e SEMARH, em 2010, 24 açudes e barragens norte-rio-grandenses já apresentavam pequenas falhas por falta de manutenção. Esse estudo já apontava que o Gargalheiras tinha infiltrações nas paredes.

O projeto de recuperação dos açudes de Pataxó, Novo Angicos, Bodó, Apanha Peixe, Boqueirão e a barragem de Lucrécia foi enviado pela SEMARH para aprovação do Banco Mundial, que é uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em desenvolvimento, além de ser o maior e mais conhecido banco de desenvolvimento no mundo.

A restauração dos seis reservatórios está inserida dentro do projeto Governo Cidadão. A SEMARH informou que quando os recursos do Banco Mundial forem aprovados serão feitas intervenções que vão desde a infraestrutura de barramento maciço até a recuperação de equipamentos hidromecânicos.

O diretor-geral do Instituto de Gestão de Águas do Estado do Rio Grande (IGARN), Josivan Cardoso, reiterou que as obras hídricas devem ser acompanhadas e manutenções preventivas devem ser feitas regulamente, a fim de reduzir falhas e rachaduras de natureza operacional e física nas estruturas.

Para Josivan Cardoso, em cada caso específico devem ser realizadas as devidas intervenções para melhoria física da estrutura das barragens. “Os problemas em cada manancial são peliculares e devem ser estudados separadamente”, disse.

Sobre eventuais riscos dessas falhas na estrutura das barragens para a população, o diretor-geral do IGARN disse que as irregularidades podem ocasionar problemas na vazão da água e em casos extremos até rompimentos. Segundo Josivan, não há o que temer quanto às barragens localizadas nos Estados.

Josivan Cardoso lembrou que a Lei de Segurança de Barragens impõe responsabilidades aos órgãos fiscalizadores, que geralmente são institutos de gestão das águas, como IGARN e ANA.