“Protesto da CUT em apoio ao MPT não nos representa”, dizem faccionistas do Seridó

Anny Fabíola com os trabalhadores da sua facção no Seridó - Divulgação
A manifestação liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Guararapes Confecções, agendada para ocorrer nesta quarta-feira, 27, em frente a Procuradoria Geral do Trabalho no Rio Grande do Norte, foi rechaçada pelos representantes das facções que prestam serviços à gigante da indústria têxtil liderada pelo empresário Flávio Rocha. Em vídeo que circula pelas redes sociais, a faccionista Anny Fabíola, que atua na Região Seridó potiguar, destacou o posicionamento da categoria contra o protesto da central sindical.
“Queremos expressar o nosso repúdio acerca da manifestação que está agendada para esta quarta-feira, 27, em frente a sede do Ministério Público do Trabalho (MPT-RN), convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, cujos líderes já conhecemos bem. Essa ação não nos representa. Queremos exatamente o contrário”, declarou a presidente da Associação Têxtil de São José do Seridó (ATS), se referindo ao fato das facções têxteis estarem do lado da Guararapes na situação.
“Nos posicionamos em favor das indústrias que queiram se instalar no Rio Grande do Norte – incluindo a Guararapes que já está aqui – trazendo dignidade e gerando emprego e renda para o povo, nunca o contrário. Esse movimento não é nosso e não nos representa. As pessoas que dizem proteger o trabalhador estão caçando os seus empregos e sua dignidade”, completou Fabíola, que também é sócia do vice-presidente da Associação Seridoense de Facções (ASCONF), Ricardo Medeiros.
Em suma, a ação movida pelo Ministério Público do Trabalho contra a Guararapes pede o pagamento de indenização no valor de R$ 38 milhões por causa de direitos trabalhistas que teriam sido preteridos aos funcionários das facções. Desde que a ação foi publicizada, diversos segmentos se manifestaram acerca do assunto, seja em favor ou contra o posicionamento do órgão fiscalizador.
No próximo dia 2 de outubro, a Assembleia Legislativa do RN (ALRN) vai promover uma audiência pública para debater o tema. O líder do grupo Guararapes, Flávio Rocha, e a procuradora Ileane Mousinho, uma das autoras da ação, foram convidados e poderão comparecerem à Casa.