Campanha de 2008: Fátima Bezerra nega saber de origem ilícita de doação recebida

Senadora Fátima Bezerra (PT-RN) - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Beneficiada na campanha de 2008 à Prefeitura de Natal com uma doação no valor de R$ 125 mil cuja origem seria pagamento de propina do então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ao senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), a senadora Fátima Bezerra (PT) negou nesta sexta-feira, 25, ter conhecimento da procedência ilícita dos recebimentos. Segundo a Procuradoria-Geral da República, em denúncia apresentada ontem contra o peemedebista, foi Garibaldi quem solicitou a verba ilícita disfarçada de contribuição oficial. Seis dias após o dinheiro ser creditado na conta do PMDB/RN, o valor foi repassado integralmente a Fátima.

Em esclarecimento enviado à reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal, a petista confirmou que recebeu os recursos naquele pleito, mas registrou que a verba lhe foi repassada via Diretório Estadual do PMDB, sem que ela soubesse a identificação do doador originário ou tivesse ela mesma solicitado os recursos à Transpetro. “Não houve, como constatou a PGR, qualquer contato da senadora com os alvos da investigação”, afirmou.

A mensagem assinala ainda “não cabia à coordenação da campanha, tampouco à candidata, questionar o PMDB estadual sobre a origem dos recursos doados” e que todas as campanhas das quais Fátima participou sempre “primaram pela total transparência na prestação de contas”.

Confira a nota na íntegra encaminhada à reportagem:

“A senadora Fátima Bezerra reitera o parecer conclusivo da própria Procuradoria Geral de Justiça, que não constatou sequer indícios ou dolo de sua participação em ingerências no âmbito de doações que recebeu na campanha de 2008.

Naquele ano, a senadora, então candidata à prefeitura de Natal, recebeu recursos via diretório estadual do PMDB, aliado do PT à época. Uma contribuição, portanto, em âmbito de coligação. Não houve, como constatou a PGR, qualquer contato da senadora com os alvos da investigação.

Não cabia à coordenação da campanha, tampouco à candidata, questionar o PMDB estadual sobre a origem dos recursos doados. Até porque a legislação eleitoral vigente em 2008 não exigia a identificação do doador originário.

A senadora sempre primou pela total transparência na prestação de contas de suas campanhas, em obediência à legislação vigente, em todas as disputas eleitorais que participou”.