Defesa trabalha para reverter decisão que afasta Ricardo Motta da Assembleia

Ricardo Motta é acusado de desviar R$ 19 milhões em esquema que envolveu o IDEMA - Foto: Divulgação

A defesa do deputado Ricardo Motta (PSB) não vai ficar parada ante a decisão monocrática do desembargador Glauber Rêgo, do Tribunal de Justiça do RN, de afastar o parlamentar de suas atividades na Assembleia Legislativa do RN pelo período de 180 dias.

Em nota, o advogado Thiago Cortez afirma que “é inconcebível que um Deputado Estadual eleito democraticamente pelo povo do Rio Grande do Norte, seguindo todos os mandamentos da Constituição Federal, seja sumariamente afastado de seu cargo antes de qualquer condenação”.

A suspensão do parlamentar do exercício do cargo eletivo é o deferimento de pedido feito pelo Ministério Público Estadual. Conforme a decisão, o deputado fica proibido durante este período de utilizar os serviços fornecidos pela Assembleia Legislativa, embora sem prejuízo de sua remuneração. Ele também está proibido de acessar e frequentar as dependências da Assembleia Legislativa; de manter contato com testemunhas de acusação e com os colaboradores que firmaram acordo com o MP e, ainda, de se ausentar da Comarca de Natal por período superior a 15 dias sem informar à Justiça.

Na decisão, o relator do processo observa que “no caso concreto, considero que foram demonstrados a materialidade e os indícios da autoria delitiva e/ou de participação do Deputado investigado (fumus comissi delicti) no esquema de desvio de verbas públicas no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, que importou no gigantesco prejuízo ao erário estadual de mais de R$ 19.000.000,00 (dezenove milhões de reais), mediante liberação de pagamentos, por meio de ofícios, cujas despesas correlatas inexistiam, e que supostamente foi o beneficiário de uma quantia aproximada de R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais), representando 60% (sessenta por cento) dos valores rastreados na operação Candeeiro”.