Confira os nomes das pessoas presas pela operação da Polícia Federal em Brasília

Além dos ex-governadores Arruda e Agnelo, dono da Via Engenharia e ex-presidentes da Terracap e Novacap integram a lista - (FOTO: ANDRÉ BORGES/AGÊNCIA BRASÍLIA)

Do portal Metrópoles – Confira os nomes dos alvos de mandados de prisão e de conduções coercitivas na Operação Panatenaico, deflagrada na manhã desta terça-feira (23/5) pela Polícia Federal. Eles são investigados por desvio de recursos públicos na obra do Estádio Mané Garrincha.

As medidas foram pedidas pela delegada da Polícia Federal Fernanda Costa de Oliveira e deferidas pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Temporária:

José Roberto Arruda: ex-governador do DF, é apontado pela investigação como o mentor de “toda a fraude licitatória e os crimes daí derivados ao articular a saída de outras construtoras do certame e ao apontar/determinar desde logo os vencedores”. Ainda segundo a PF, Arruda, mesmo preso no âmbito da Caixa de Pandora, pressionava pelo recebimento da propina, que foi paga em 2013, quando ele já estava solto. Ao pedir a prisão dele, a delegada afirma que Arruda “liderou no início a associação criminosa em conluio com as construtoras, havendo indícios de práticas suas de delitos de fraude à licitação e lavagem de dinheiro”.

Agnelo Queiroz: ex-governador do DF, foi quem executou a obra de construção do Mané Garrincha. O relatório elaborado pela delegada Fernanda Costa de Oliveira revela que o petista articulou na Câmara Legislativa mudanças para que a Terracap pudesse executar as reformas do estádio. A investigadora ressalta ainda que, em delação, Rodrigo Leite Vieira, gerente comercial da Andrade Gutierrez, afirmou ter entregue em 2014, no Canteiro de Obras do Estádio Mané Garrincha, “vultosos valores de propina destinados ao ex-governador em mãos de Jorge Luiz Salomão”.

Nelson Tadeu Filippelli: ex-vice-governador do DF “se associou e cometeu delitos de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros a serem apurados, tendo feito diversos pedidos de propina da Andrade Gutierrez. Inclusive recebera propina para o seu partido PMDB, entre 2013 e 2014, tendo recebido valores ilícitos também da Construtora Via Engenharia tudo em função da realização das obras e na execução do contrato licitatória em que as duas Empresas saíram vencedoras e executaram a obra hiperfaturada”, segundo consta no relatório enviado pela delegada Fernanda Costa ao juiz. Para a investigadora, Filippelli “cometeu diversas vezes o delito de corrupção e de lavagem de dinheiro e ainda de associação criminosa com os demais membros da “quadrilha” como Agnelo Queiroz e outros”.

Maruska Lima de Souza Holanda: ex-presidente da Terracap, foi foi integrante da Comissão de Licitação que consagrou as empresas Via Engenharia e Andrade Gutierrez como vencedoras do certame para a construção do estádio. O delator Rodrigo Leite afirmou que Maruska “teria recebido valores ilícitos, tanto da Via Engenharia, quanto da Construtora AG, tudo a apontar que pode ter incorrido nos delitos de corrupção, fraude à licitação, associação ou organização criminosa e lavagem de dinheiro”, segundo a delegada Fernanda Costa.

Nilson Martorelli: ex-presidente da Novacap, também foi alvo da delação de Rodrigo Leite como um dos beneficiados de propina paga durante os aditamentos contratuais da reforma do estádio. O dinheiro teria sido entregue a ele por meio de Alberto Nolli, da Via Engenharia, e por representantes da Andrade Gutierrez.

Jorge Luiz Salomão: apontado como intermediário sistemático de Agnelo Queiroz, ele teria recebido propina destinada ao petista dentro do canteiro de obras do Mané Garrincha.

Sérgio Lúcio Silva de Andrade: interlocutor de Arruda, seria o responsável por operar para o ex-governador na cobrança de propina a partir de 2013. É identificado no relatório como “a pessoa próxima e de confiança do ex-governador; era quem pedia e recebia o dinheiro para o ex-governador, inclusive lhe foi repassado um valor de dois milhões de reais diretamente de funcionários das construtoras”.

Francisco Cláudio Monteiro: ex-secretário da Copa, ex-deputado distrital e agente aposentado da Polícia Civil do DF, teria recebido, “a pedido de Agnelo, o valor de duzentos e cinquenta mil reais”.

Fernando Márcio Queiroz: dono da Via Engenharia, é suspeito de fraudar a licitação para a construção e do estádio em troca de pagamento de propina aos ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda. Segundo a PF, ele teria corrompido, por meio do diretor da Via Alberto Nolli, Maruska Lima e Nilson Martorelli.

Afrânio Roberto de Souza Filho: operador financeiro de Filippelli, é acusado por delatores como o responsável por receber propina para o ex-vice-governador. O relatório elaborado pela PF indica que foram dezenove pagamentos de propina, no percentual de 4% de cada medição.

Conduções coercitivas:

José Wellington Medeiros de Araújo: desembargador do TJDFT que foi aposentado compulsoriamente em 2004 por suposto envolvimento com grilagem de terras no DF

Alberto Nolli Teixeira: diretor de construção da Via Engenharia

Luiz Carlos Barreto de Oliveira Alcoforado: advogado de Agnelo Queiroz