Juiz manda servidor que atirou em chefes do MPRN para ‘manicômio judiciário’

Guilherme Wanderley está preso desde o dia 25 de março (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Do G1 RN – A Justiça determinou que o servidor do Ministério Público que atirou no procurador-geral de Justiça do RN e em um promotor no dia 24 de março seja transferido para um manicômio judiciário. Guilherme Wanderley está preso do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira em Natal desde o dia 25 de março quando se entregou à polícia.

A defesa alega que ele sofre de “transtornos psicológicos” e pediu a instauração de incidente de insanidade mental. O processo foi suspenso até que seja concluída a investigação de problemas mentais do servidor.

A decisão é do juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, da 3ª vara criminal de Natal. Guilherme Wanderley será submetido a uma perícia para avaliar a sanidade mental no próximo dia 19 de maio. Essa perícia fazer parte do processo administrativo disciplinar do MP. O magistrado quer usar esse mesmo laudo no processo penal.

Enquanto a perícia não é realizada o juiz quer que o acusado fique em um manicômio judiciário. “Considerando que o denunciado se encontra preso, oficie-se ao juízo da 12ª vara criminal desta comarca solicitando vaga para que o acusado seja internado em manicômio judiciário, até a conclusão de insanidade mental”, escreveu o juiz.

Em Natal, esses casos são encaminhados para a Unidade Psiquiátrica de Custódia e Tratamentos.

O crime
Guilherme Wanderley, de 44 anos, trabalhava no MP há 20 anos. Por volta das 11h da sexta-feira, 24 de março, ele invadiu uma reunião onde estava o procurador-geral de Justiça do RN, Rinaldo Reis. Ele chegou a atirar contra Rinaldo, mas errou. No entanto, conseguiu acertar o promotor público Wendell Beetoven nas costas e dois tiros no procurador-geral adjunto, Jovino Sobrinho.

O atirador estava sendo procurado pela polícia e se apresentou no final da manhã do sábado (25). Depois disso, ficou preso por força de um mandado de prisão preventiva e foi levado para o Centro de Detenção Provisória da Ribeira.

No dia do crime, o servidor já tinha escrito uma carta. Ela a deixou sobre a mesa da sala da reunião. O tom das duas cartas é diferente. Na primeira, o autor justifica suas ações, dizendo frases como “para algumas ações, haverá sim reação” e “quem planta… colhe”.